Com a morte de Ettore Scola, o cinema mundial fica um pouco mais convencional
Berço de vários gênios da 7ª arte, a Itália perdeu um de seus filhos mais queridos, o cineasta Ettore Scola. Aos 84 anos, o diretor e roteirista resolveu descansar o coração no dia 19 de janeiro, após uma semana internado em um hospital de Roma.
Para a maioria, Scola será sempre lembrado pelos seminais “Feios, Sujos e Malvados”, de 1976, e “Nós que Nos Amávamos Tanto”, de 1974. Mas para a geração que cresceu nos anos 80, “Casanova e a Revolução”, de 1982, “O Baile”, de 1983, e “A Família”, de 1987, ajudaram amantes de cinema a suportar a estética pós-modernista iluminada por neons que dominou a década.
Intelectual de esquerda com uma visão humanista do mundo, Scola criticou em sua obra os rumos tomados pela Itália no pós-guerra, cedendo aos caprichos do imperialismo estadunidense e perdendo muito de sua identidade cultural.
“Aquele Que Sabe Viver”, de 1962, “Um Dia Muito Especial”, de 1976, “O Terraço”, de 1980, e “O Jantar”, de 1998, estão entre os trabalhos mais conhecidos do cineasta que, agora, reencontrou o amigo Federico Fellini (diretor que aliás foi o personagem do seu último trabalho, o documentário “Que Estranho Chamar-se Federico”, de 2013) em um seleto clube que conta ainda com Pier Paolo Pasolini, Roberto Rossellini, Sergio Leone, Luchino Visconti e Michelangelo Antonioni.
Assista aqui ao trailer original de “Feios, Sujos e Malvados”, dirigido por Ettore Scola em 1976.