Quarteto Fantástico| Crítica do filme

Problemático desde a sua pré-produção, o reboot do Quarteto Fantástico – primeira super equipe da Marvel Comics criada por Stan Lee e Jack Kirby, em 1961 – é um completo desastre. Com um roteiro paupérrimo que parece ter sido escrito por um garoto de 12 anos, o filme consegue fazer em duas horas aquilo que o comediante Seinfeld fez durante nove anos em sua série homônima – Um show sobre o nada.

Nada. O novo Quarteto Fantástico é simplesmente isso. Praticamente nada acontece durante as quase duas horas de projeção. Falta ação, falta humor, falta história, falta paixão, falta tudo nesse reboot. Para se ter uma ideia, ele se limita a contar a história da formação da equipe. E faz isso de maneira longa e arrastada. Para piorar, até nisso o filme falha. Não há a menor química entre os personagens e a maneira que eles se unem beira o ridículo.

O filme começa com o pequeno Reed Richards (Miles Teller) mostrando sua genialidade na escola onde conhece e vira o melhor amigo do problemático Ben Grimm (Jamie Bell). Em uma feira de ciências no colégio, ele acaba sendo descoberto pelo Dr. Storm (Reg E. Cathey) e sua filha Sue Storm (Kate Mara) que trabalham na Fundação Baxter e o convidam para trabalhar no local, pois eles estão desenvolvendo um projeto parecido. E é aí que o filme começa a desandar. Em primeiro lugar, quando que esses cientistas estariam procurando “novos gênios” em uma feirinha escolar? E o mais grave: quando que cientistas falariam para um garoto que não conhecem sobre o seu projeto ultra secreto financiado pelo governo?

A partir disso o filme do Quarteto Fantástico desce ladeira abaixo. Durante mais de uma hora de projeção, o longa se passa praticamente dentro do laboratório, mostrando a evolução do equipamento, a chegada do insuportável Victor von Doom (Toby Kebbell) e do rebeldinho Johnny Storm (Michael B. Jordan). Depois do sucesso do teletransportador, eles – sabendo que o projeto ia para as mãos do governo – resolvem usar o aparelho e acontece aquilo que todo mundo está careca de saber: Reed fica elástico, Ben vira um monstro de pedra, Sue adquire o poder da invisibilidade, Johnny pega fogo e Victor some para depois aparecer como o Doutor Destino.

Aliás, o Doutor Destino é uma das coisas mais patéticas que aparecem na tela. Ele, que acaba ficando preso no planeta onde os jovens foram explorar, adquire superpoderes e resolve destruir a Terra pelo motivo mais do que batido “vocês-humanos-tiveram-sua-chance-e-não-souberam-aproveitar-por-isso-vou-destruir-o-planetinha-com-vocês-dentro”.

Mas o pior mesmo acontece quando acontece o esperado confronto entre o Quarteto Fantástico e o Doutor Destino. Em uma cena final que dura uns 10 minutos, os quatro – que estão brigadinhos – descobrem o plano de Victor e magicamente se transformam em um supertime com cada um usando o seu poder e sabendo exatamente o que fazer para derrotar o Doutor. Este, por suas vez, não usa sabe se lá porque, seus superpoderes contra seus ex-amigos.

E é isso. Em 10 minutos, o filme se resolve. O time se forma, o vilão aparece em sua forma final, ameaça o planeta, toma um cacete, os quatro – além de salvar o mundo – conseguem um lugar para trabalhar e definem que o nome do time será Quarteto Fantástico. Uma pena que o destino desse filme não tenha sido o mesmo do que aquela versão trash de 1994. Pois, assim como aquela obra, essa aqui também é vergonhosa e deveria ter sido barrada antes do lançamento.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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One thought on “Quarteto Fantástico| Crítica do filme

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