A série Paradise City estreou recentemente como uma spin-off direta do filme de terror American Satan (2017). Ela dá sequência aos fatores ocorridos no final do longa e partindo de suas consequências para o desenvolvimento da continuação da história. O seriado era esperado para sair pela Amazon Prime Video, o que de fato aconteceu nos EUA e em outros países. Porém, no Brasil acabou sendo lançado pelo site Plex, uma plataforma de streaming que une filmes, séries bem como canais de televisão. Por enquanto, há diversas atrações disponíveis gratuitamente no Plex. Porém, ele só tem opção de legendas em inglês. Então se você não entende a língua, talvez tenha seja melhor esperar que Paradise City estreie por outro meio.

Spin Off

Para quem ainda não assistiu American Satan, o filme se trata de um thriller sobrenatural. Ele mostra, em suma, uma banda de rock formada por músicos ingleses e americanos, que recebe a visita do próprio Diabo. Eles acabam fazendo um pacto com ele, em troca de uma carreira de sucesso. O plot do filme se baseia em diversos mitos populares que acabaram surgindo no cenário musical. Principalmente com grupos como Led Zeppelin e Black Sabbath, os quais se acreditava que obtiveram fama ao praticar o ocultismo.

Paradise City não foge do enredo do longa. Nela, há algumas inserções que fazem alusão à alegorias religiosas. como, por exemplo, o demônio e o anjo Gabriel,. Porém, seu foco principal não é o mesmo de American Satan. Afinal, o que entra em holofote são as vidas dos personagens, suas conquistas, assim como problemas, que, dessa vez, são independentes de conexões com figuras do além.

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Tramas principais

O personagem Johnny Faust, interpretado pelo músico Andy Biersack (vocalista da banda Black Veil Brides), segue sendo o protagonista do show e já começamos o seriado acompanhando o seu retorno aos palcos com a banda The Relentless, após ter saído da prisão e se isolado por 15 meses. Seu desenvolvimento inicial é de reparação para com todos aqueles que ele feriu com suas ações, seja a namorada Gretchen (Olivia Culpo), os colegas de banda ou fãs. A trama de Johnny começa realmente a ficar interessante quando ele descobre que uma de suas tietes, com quem teve um breve encontro durante o filme, acabou engravidando e dando a luz à uma menina. A partir de então, suas decisões podem afetar o curso do destino mais tranquilo que buscava.

O protagonismo de Andy Biersack na série vem a ser dividido em tela com a introdução do personagem Simon, interpretado por Cameron Boyce, jovem ator que morreu em 2019 em decorrência da epilepsia. ua presença na série é desconectada inicialmente do enredo principal, Simon é um garoto que tem talento para o ramo musical, tanto como cantor quanto como empresário, e começa a trilhar o caminho para ingressar de vez na área que ama. Ele é filho de um grande agente do mundo da música que não o reconhece como herdeiro, sendo criado apenas pela mãe, que desistiu da própria carreira para se dedicar ao menino. 

Subtramas

Fora essas duas histórias, há também subtramas que se desenrolam em paralelo, como a de Leo, guitarrista interpretado por Ben Bruce (da banda Asking Alexandria), que foge de assumir o relacionamento com sua namorada publicamente por ela ser uma mulher trans. Há também o drama do empresário da banda que sofre uma crise por se deparar em meio a um mundo onde não se valoriza mais a mídia física, empreendimento no qual ele havia investido muito dinheiro. Apesar das narrativas serem interessantes, elas são rapidamente deixadas de lado ou pouco desenvolvidas – o que é uma pena.

Nível de atuação e substituições do elenco

A ideia da série começou a ser colocada em prática pouco tempo após o filme ter sido lançado. Com isso, realmente não tinha como esperar que as atuações – que já não eram grande coisa em American Satan – viessem a melhorar drasticamente, afinal, parte do elenco é composta por músicos, que a recém estão se aventurando nas telonas, além de atores e atrizes em início de carreira, então a qualidade de suas interpretações não é louvável, mas dá para engolir e até mesmo se acostumar com elas no decorrer do tempo, porque a história acaba prendendo por si só.

No entanto, Cameron Boyce está apaixonante, o ator manda muito bem na atuação e como cantor também. Seu falecimento não é apenas triste, como vem a ser uma grande perda para a indústria, porque o talento dele é o verdadeiro brilho da série. Boyce consegue fazer de Simon um personagem adorável e extremamente empático, pelo qual torcemos bastante no decorrer de cada episódio.

Polêmica

Um dos maiores questionamentos dos fãs antes da estreia era a substituição de atriz feita para o papel de Lily Mayflower, que agora conta com Bella Thorne na pele da personagem. A verdade é que Jesse Sullivan, intérprete anterior de Lily, passou pela transição para se tornar um homem trans e não pôde retornar a viver a baixista da banda. Apesar de Thorne não ter a aparência semelhante com o visual da personagem no longa, fica subentendido que Lily deixou o cabelo crescer e mudou um pouco de estilo, afinal, a série se desenrola um bom tempo após os eventos do filme. Sem falar que a nova atriz conseguiu captar bem a personalidade maquiavélica e indomável da garota, então não há perdas nesse sentido.

Além desta, há outras alterações no elenco. A personagem do filme que era apenas conhecida por ser uma garota que Johnny Faust tirava a virgindade, ganhou destaque; levando o nome de Vivian Thomas. Além disso, a atriz Lily Berlinanão é mais a sua intérprete . Agora conta com Amanda Steele encarnando o papel. Sua mãe na trama sofreu a mesma alteração. Em American Satan Tara Erickson deu vida à personagem e em Paradise City Fairuza Balk assumiu como intérprete. Também ouve troca de ator para o papel do baterista da banda The Relentless. Antes, Sebastian Gregory vivia o personagem que agora é interpretado por James Cassells, músico da Asking Alexandria. 

Por fim, é realmente válido dedicar seu tempo à Paradise City?

Mesmo com todos os problemas que a Paradise City possa ter, até vale a pena assisti-la se você é fã de carteirinha do filme. Isso porque a série acaba sendo a extensão daquele universo, ainda que o fator sobrenatural seja mal desenvolvido. Com atuações exageradas e difíceis de digerir, dá saudade do grande Malcolm Mcdowell no papel do capeta. Afinal, a atriz que ficou com essa responsabilidade não entrega um bom trabalho.

Antes de mais nada, em se tratando de trilha sonora, a obra é impecável. O som composto para a banda da série é muito bom, assim como a escolha das músicas que embalam as cenas em geral. Há aparições de outros músicos no decorrer da trama, como membros do Slipknot e Sleeping With Sirens. 

O desfecho

No entanto, o final da temporada acaba em aberto, com histórias mal engatadas que, em suma, exigem um desenvolvimento posterior. Isso, a princípio, não ocorrerá já que um dos protagonistas não está mais entre nós. Logo, não tem como expandir mais do mesmo personagem. A não ser que escalem outro ator para o papel ou desapareçam com ele de alguma forma. Por fim, se você tiver interesse em assistir Paradise City, já fica de aviso que não haverá uma sensação de desfecho ao encerrar os oito episódios.