Antes de mais nada, é importante deixar bem claro que ‘Pantera Negra’ é o filme mais importante do Universo Cinematográfico da Marvel. Conforme publicamos na crítica que pode ser lida aqui. Porém, a morte precoce do protagonista Chadwick Boseman, em agosto de 2020, em decorrência de um câncer, abalou as estruturas e os efeitos desse transtorno são nítidos em ‘Pantera Negra: Wakanda para Sempre’, que estreia nesta quinta (10) nos cinemas brasileiros.
Excessivamente longo (2h41min de duração), o filme perde muito tempo entre o luto pelo Rei T’Challa (Chadwick Boseman) e sobre quem será o novo Pantera Negra, o que não será nenhuma novidade para quem assistiu aos trailers. Além disso, a história em si demora a engrenar (mesmo com todo esse tempo de tela), os núcleos diferentes não conseguem conversar entre si e os novos personagens acabam sendo ofuscados por essa grande confusão.
A história
Após um ano da morte de T’Challa a princesa Shuri (Letitia Wright) e a Rainha Ramonda (Angela Bassett), seguem em luto, porém, lutando para manter o reino de pé. Lutando, principalmente, contra invasores europeus e norte-americanos que buscam incansavelmente pelo vibranium, o precioso metal que transformou Wakanda em uma verdadeira fortaleza e uma nação que está anos luz a frente de outros países em tecnologia.
Uma máquina desenvolvida para achar vibranium acaba chamando a atenção do reino subaquático de Talokan e, assim, o Rei Namor (Tenoch Huerta), aparece à superfície para defender seu império, assim como o seu povo.
Aspectos técnicos
Como era de se esperar, a parte técnica do filme é impressionante. Os figurinos criados por Ruth E. Carter (vencedora do Oscar 2019 nesta categoria pelo primeiro filme do Pantera Negra), são espetaculares. Tanto as roupagens mais tradicionais, quanto as futuristas são impecáveis e um dos pontos altos do filme. Assim como a fotografia e direção de arte, que trabalham muito bem as cores, ambientes e cenários do filme.
Outro grande acerto são as atuações, principalmente as femininas, destacando Letitia e, principalmente, Basset. No lado masculino, ponto positivo para Winston Duke, que acerta no tom coadjuvante do seu M’Baku e Huerta, que apresentou um Namor bem interessante, que, infelizmente, não foi tão bem aproveitado quando poderia.
Os núcleos
Ao trabalhar excessivamente na questão do luto, tanto do Pantera Negra, quanto de Boseman, o diretor Ryan Coogler foi desleixado com as outras partes importantes do filme. Principalmente no diálogo entre os três núcleos do filme: Wakanda, Talokan e Estados Unidos. Para se ter uma ideia, se tiramos todas as cenas do agente Everett Ross (Martin Freeman), o impacto em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre seria zero. Elas são totalmente dispensáveis e não fazem a menor diferença na produção.
O motivo desse desleixo é óbvio. O roteiro precisou ser reescrito por causa da morte do protagonista e, além de trabalhar a sucessão do trono de Wakanda, Coogler quis homenagear a memória de Boseman neste novo filme. Mas, talvez, a melhor maneira de homenageá-lo seria manter a história original, com um outro ator interpretando o Rei T’Challa. Mas, isso, infelizmente, nós nunca iremos saber se daria certo ou não. Uma pena.
Trailer – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Ficha Técnica – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Título original: Black Panther: Wakanda Forever
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole
Elenco: Tenoch Huerta, Letitia Wright, Angela Bassett, Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Martin Freeman, Dominique Thorne
Onde assistir: somente nos cinemas
Data de estreia: quinta, 10/11/2022
Duração: 161 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: ação, aventura, drama, ficção-científica, suspense
Ano: 2022
Classificação: 12 anos