‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’ | Nem só de nostalgia vive uma franquia

A mais nova aventura do arqueólogo mais famoso do mundo Indiana Jones (Harrison Ford) chega no seu quinto filme, intitulado de ‘A Relíquia Do Destino’. Dirigido por James Mangold, conta a história da busca de Voller (Mads Mikkelsen) que é um velho conhecido do protagonista e que agora está na busca de um artefato que possuí poderes que podem alterar o curso da história da humanidade para todo sempre. Cabe agora ao herói junto com a filha de seu amigo Basil Shaw (Toby Jones), Helena Shaw (Phoebe Waller Bridge) e o jovem Teddy (Ethann Isidore) impedir que os planos de Voller possam se concretizar. Mas claro que para isso esse time terá que desvendar inúmeras charadas e desafios ao redor do mundo correndo contra o tempo.

A trilogia Indiana Jones

A saga de filmes Indiana Jones é sem sombra de dúvidas talvez uma das mais famosas do mundo, tanto pela sua característica aventuresca que inclusive ditou o rumo de muitas produções futuras não só no cinema quanto nos vídeo games. Mas também estabeleceu um molde clássico onde música e itens específicos são reconhecidos em qualquer lugar do mundo. Quando se estabeleceu como uma trilogia por muitos anos, era inegável a qualidade de produção e entrega de um incrível filme blockbuster que lotava as salas de cinema, e por muitos anos, foi assim a ponto que todos pensavam que era uma franquia que já tinha dado tudo que podia.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Indiana Jones (Harrison Ford) in Lucasfilm’s IJ5. ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.

O quarto filme

Mas no ano de 2008 veio a surpresa de um novo filme intitulado ‘O Reino da Caveira de Cristal’. O filme conseguiu manter sim a essência da aventura, porém já demonstrava que essa saga tinha perdido seu ponto que fazia brilhar mais. Os efeitos práticos eram o que davam vida a toda saga, o sentido de urgência na utilização de cenários elementos e inimigos reais e não feitos em computação gráfica era o diferencial que fazia os filmes de Indiana Jones serem amados por todos. Mas claro que em pleno anos 2000 isso ficou praticamente impossível de se fazer, tanto por recursos de tempo quanto financeiros, e também com uma ideia de agradar também o novo público e mostrar ao antigo que aquilo que eles gostavam ainda estava ali, mas será mesmo ?

Pode-se até estabelecer uma linha de filmes entre a trilogia clássica e os novos. Não que esses novos sejam ruins, mas sim um sinal de que talvez nem só de nostalgia vive uma franquia. Apesar de serem filmes muito bons, é visível o uso excessivo de computação gráfica, o que tira um pouco do brilho e da magia da saga.

Longe de dizer que esse quinto filme não é bom, muito pelo contrário, é inclusive muito melhor do que o outro, mas se pegarmos para comparar com os três outros antigos não possui o mesmo sentimento de alegria, mas sim foca na nostalgia.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Indiana Jones (Harrison Ford) in Lucasfilm’s IJ5. ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.

Pontos positivos

Mas nem tudo são pontos negativos aqui. O filme consegue divertir, principalmente no seu início onde vemos um flashback para contextualizar melhor o vilão para quando voltamos ao presente; e a conexão entre Indiana e Voller, todo o contexto de uma briga que dura anos faz a história ficar mais pessoal e mais interessante. O novo time de mocinhos de Indiana também funciona muito bem, e a química entre os personagens é crível, ao ponto de causar uma boa empatia conforme vamos os conhecendo melhor. As clássicas reviravoltas e traições também estão presentes aqui e adaptadas para o contexto do ano em que o filme se passa. Detalhe importante: estamos prestes a ver quando o homem pisou na lua pela primeira vez, e essa informação é de suma importância para o desenvolvimento principalmente no que diz respeito ao plano do vilão Voller.

Helena (Phoebe Waller-Bridge) in Lucasfilm’s IJ5. ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.

O roteiro

O roteiro joga no seguro e segue a estrutura de uma pista levando a outro lugar ao redor do mundo. Além disso, aproveita para trazer personagens já conhecidos de outros filmes, enquanto explora de maneira agradável a ação de perseguições, fugas e lutas ao melhor estilo de comédia já caricata de toda a série. O tempo do filme se estende um pouco em seu segundo ato, onde têm muitos diálogos quase irrelevantes que tentam dar uma profundidade inexistente a certos personagens.

Doctor Jürgen Voller (Mads Mikkelsen) in Lucasfilm’s Indiana Jones and the Dial of Destiny. ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.

Vilão

O ponto alto fica mesmo com o vilão Voller que, em suma, é o melhor e mais inteligente de toda a saga. Até seu plano megalomaníaco nas suas devidas proporções fazem sentido, conduzindo a história para sua melhor parte que é o arco final, mas que, infelizmente, é demasiadamente curto, deixando um gostinho de quero mais que talvez nunca aconteça.

Por fim, Indiana Jones e a Relíquia do Destino se encaixa quase que como um filme de nicho para quem gosta e conhece a franquia. Dificilmente irá agradar a todos, mas ao menos é sincero em sua proposta desde o começo.

Nota 7

Trailer – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Ficha Técnica

Título original: Indiana Jones and the Dial of Destiny
Direção: James Mangold
Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp
Elenco: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Karen Allen, Mads Mikkelsen, Boyd Holbrook, John Rhys-Davies, Antonio Banderas, Toby Jones
Onde assistir: Somente nos cinemas
Data de estreia: 29 de junho de 2023
Duração: 154 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: aventura, ação
Ano: 2023
Classificação: 12 anos

Don Florentino

Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.

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