In-Edit Brasil | Celebração do punk e do tropicalismo

A noda edição do excelente e já tradicional festival de documentários musicais – In-Edit Brasil – celebrará os 40 anos do punk rock e o meio século de vida do Tropicalismo. Além de demais títulos que celebra diversos gêneros e estilos musicais, mostrando a pluralidade da curadoria do evento que começa hoje (14) e vai até o dia 25 de junho, na capital paulista. A entrada é gratuita em todas as sessões e atividades, exceto no CineSesc, que cobra R$ 12 a inteira.

Para celebrar as quatro décadas do movimento Punk, o In-Edit Brasil 2017 exibirá uma seleção de 11 filmes nacionais e internacionais do gênero como “Garotos do Subúrbio”, o primeiro filme de Fernando Meirelles (1983), “Botinada!”, de Gastão Moreira (2006), “Hated: GG Allin & the Murder Junkies”, de Todd Phillips (1993), “Rude Boy”, de Jack Hazan e David Mingay (1980,) “Rough Cut and Ready Dubbed”, de Hasan Shah e Dom Shaw (1982), “The Decline Of Western Civilization”, de Penelope Spheeris (1981) e “The Filth and the Fury”, de Julien Temple (2000), além de um show com a banda Restos de Nada, que volta a se reunir após muitos anos, especialmente para o festival.

O destaque da Mostra 40 Anos de Punk é a participação do diretor, músico e DJ Don Letts, um dos maiores nomes da cena punk mundial, que registrou em seus documentários a ascensão do movimento no final dos anos 70 e influenciou diversos nomes de peso com suas discotecagens de reggae e dub no famoso Club Roxy, em Londres. Ele volta ao Brasil para apresentar seu documentário inédito “Two Sevens Clash (Dread Meets Punk Rockers)”, no dia 15/06, às 19h15, no CineSesc, e “Punk: Attitude”, de 2005, que mostra imagens raríssimas da época com entrevistas de nomes como Henry Rollins (Black Flag), Brendan Mullen (The Masque Club Owner), Chrissie Hynde (The Pretenders) e shows de New York Dolls, MC5, The Stooges, The Clash, Sex Pistols, Ramones, entre outros. Don Letts participa de debates com o público nos dias 15, 16 e 17/06 – neste último, ao lado de Gastão Moreira.

Além do punk, o In-Edit Brasil 2017 homenageia os cinquenta anos de um dos movimentos culturais mais emblemáticos da música brasileira com a Mostra “Meio Século de Tropicalismo”, exibindo “Loki – Arnaldo Baptista”, de Paulo Henrique Fontenelle, “Os Doces Bárbaros”, de Jom Tob Azulay, “Tropicália”, de Marcelo Machado, e “Rogério Duarte – O Tropikaoslista”, de José Walter Lima, além de debates coordenados pelo jornalista Marcus Preto e apresentações musicais com Blubel, a banda Black Tie, Péricles Cavalcanti e Leo Cavalcanti.

Vinte títulos de produções recentes vindos de diversos países como Letônia, Noruega, Eslovênia, Espanha, EUA, Austrália, Suécia, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Alemanha, Mali, França, Suíça, Israel, Canadá, Sérvia, Japão fazem parte da sessão Panorama Mundial do In-Edit 2017. Entre eles, destaque para “Gimme Danger”, de Jim Jarmusch, sobre a banda The Stooges; a história de Whitney Houston em “Whitney. Can I Be Me?”; a gravação do disco Skeleton Tree, de Nick Cave, “One More Time With Feeling” (apresentado em branco e preto e em 3D); a história do assassinato do trompetista Lee Morgan em “I Called Him Morgan”; a dupla Blade & Beard que faz parte da cena clandestina de música eletrônica no Irã em “Raving Iran”; o guitarrista Bill Frisell em “Bill Frisell: a portrait”; a banda Unlocking The Truth em “Breaking a Monster”; a história de Bill Drummond, fundador da banda KLF e responsável por queimar 1 milhão de libras esterlinas em notas em “Imagine waking up tomorrow and all music disappeared”, a influência dos nativos na música americana destacando artistas como Charlie Patton, Link Wray e Jimi Hendrix em “Rumble: The Indians Who Rocked The World”; o registro de dezenas de músicos de jazz de Nova York pelo fotógrafo W. Eugene Smith em “The Jazz Loft According To W. Eugene Smith”, entre outros.

Além da Mostra Tropicália, o cinema brasileiro ganhará espaço também na “Mostra Canal Brasil”, com a exibição do documentário “A Plebe é Rude”, de Diego da Costa e Hiro Ishikawa (Inédito no Cinema), sobre a banda Plebe Rude, “82 minutos”, de Nelson Hoineff, e “Sem Dentes. Banguela Records e a Turma de 1994”, de Ricardo Alexandre. Cinco títulos inéditos no circuito comercial farão parte da Competição Nacional. “O Piano que Conversa”, do diretor Marcelo Machado, que nos conduz a uma viagem com o pianista Benjamim Taubkin, “Serguei, o Último Psicodélico”, de Ching Lee, Zahy Tata Pur’gte, que traz depoimentos de gente que acompanhou as frenéticas aventuras de um dos maiores símbolos do rock brasileiro; e “Sotaque Elétrico”, de Caio Jobim e Pablo Francischelli, que analisam a evolução da guitarra elétrica no Brasil. Completam a competição os filmes “Perdido em Júpiter”, dirigido por Deo, que fez uma colagem construída de Júpiter Maçã através de vídeos encontrados em internet, e “Eu, Meu Pai e Os Cariocas – 70 anos de música no Brasil”, de Lúcia Veríssimo, que conta grande parte da música brasileira acompanhando seu pai, Severino Filho, do grupo Os Cariocas. O vencedor desta edição, definido por um júri de profissionais do cinema e da música, representará o Brasil na edição do In-Edit Barcelona, em outubro. Já o melhor filme segundo votação do público levará o Prêmio Petrobras.

A programação completa do In-Edit Brasil está no site oficial do evento.

Serviço:
In-Edit Brasil, 9º Festival Internacional do Documentário Musical
14 a 25 de junho em São Paulo.
Sessão Especial: dia 14/06, às 20h30, com a exibição de “Chasing Trane: The John Coltrane Documentary”. CineSesc R$ 12 (inteira) | R$ 6 (meia) | R$ 3,50 (comerciários)
Locais:
CineSesc
Spcine Olido
Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo)
Cine Matilha
Museu da Imagem e do Som
Cinemateca Brasileira
E + 17 salas do Circuito Spcine em todas as regiões da cidade.
Entrada gratuita em todas as sessões e atividades do festival, exceto CineSesc R$ 12 (inteira) | R$ 6 (meia) | R$ 3,50 (comerciários)

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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