Sem tempo para respirar. Assim está a sexta temporada de Game of Thones, com revelações, despedidas e novas armações em ritmo alucinante para ninguém botar defeito. Sem depender mais do livro de George R. R. Martin e com poucas temporadas para encerrar a história, a série chega no quinto episódio sem enrolação. The Door é um daqueles episódios que será marcado por uma despedida triste, uma descoberta surpreendente e com as peças avançando freneticamente no tabuleiro do Jogo dos Tronos.
O grande foco da história continua sendo no Norte, com os Starks querendo retomar seu espaço, os Greyjoys escolhendo seu novo líder e as visões de Bran, que revelaram o motivo de Hodor ter ficado nesse estado que se encontra hoje, como o Rei da Noite nasceu e marcou a despedida de dois personagens queridos da série. Se ainda restava alguma dúvida de que esta é a melhor temporada de Game of Thrones, ela terminou neste domingo. The Door foi emocionante, revelador e excepcional.
Sansa Stark definitivamente não é mais a mesma que conhecemos das primeiras temporadas. Seu tempo com Mindinho e, principalmente, Ramsay Bolton a tornaram madura o suficiente para peitar o seu “titio salvador”, declarar guerra ao ex-marido e buscar aliados para retomar o seu castelo. Além de Jon Snow, Sor Davos, Brienne e a Sacerdotisa Vermelha e possivelmente algumas famílias vizinhas, um dos seus novos parceiros pode ser a frota das Ilhas de Ferro que que, comandada pelos irmãos Theon e Yara Greyjoy, partiu de sua terra natal após a auto coroação de Euron Olho de Corvo como novo rei do lugar. A história dos Greyjoys é uma das poucas que ainda está atrasada em relação aos livros e bastante diferente, pois não adaptaram um dos irmãos do rei Balon (que no livro parece que terá um destino interessante) e praticamente ignoraram o outro irmão, o sacerdote Aeron Cabelos Molhados.
The Door serviu também para nos despedirmos (espero que não definitivamente) de Jorah Mormont. Em uma cena emocionante, o Ândalo revelou o amor que sente por sua rainha, mas disse que vai se afastar por causa do escamagris que já está tomando conta do seu antebraço e só tende a piorar. Emocionada, Daenerys lembra das vezes que expulsou seu cavalheiro e ressaltou que precisa dele ao seu lado quando tomar o reino para si. Mas para isso o grande urso terá que encontrar a cura antes de ser petrificado para sempre.
Daenerys ainda foi lembrada indiretamente no diálogo de uma outra sacerdotisa vermelha com Lorde Varys. A falta de fé do eunuco intrigou a bruxa que o fez lembrar de quando teve suas partes íntimas arrancadas em nome do Deus Vermelho. Claro que só pode ser o nome da Mãe dos Dragões que ele deve ter ouvido o fogo “dizer” na hora em que suas partes eram jogadas nas labaredas. Afinal de contas, ele sempre trabalhou para que ela recuperasse o trono para a sua família. E isso pode ser um indicativo de sua devoção por ela.
Mas é claro que a parte emocionante de The Door foi descobrirmos como o pequeno Willys se tornou no querido grandalhão Hodor e como o Rei da Noite foi criado. Em um dos seus flashbacks com o Corvo de Três Olhos, Bran descobre que os Filhos da Floresta criaram o primeiro Caminhante Branco para protege-los dos homens, que estavam destruindo suas florestas. E a teimosia do garoto, que sem o Corvo de Três Olhos, resolveu olhar para o passado teve um preço alto. E essas visões podem sofrer intervenções com o garoto. Não sabemos ainda se é um dom dele ou força das circunstâncias. Pois o Rei da Noite conseguiu tocá-lo e, por isso, descobrir o local o seu esconderijo e, durante a invasão do seu exército de mortos vivos, Bran entrou no corpo de Hodor, mas essa dominação acabou se refletindo também no passado, quando o jovem Stark observava o pequeno Willys, deixando-o em estado de choque.
E, tristemente, sabemos porque o adorável grandalhão se transformou e só consegue pronunciar a palavra Hodor. No presente, durante a fuga, ele recebe a instrução de Meera Reed para segurar a porta enquanto ela foge com Bran: Segure a porta (Hold the door, em inglês). O pequeno Willys em transe, começa a repetir desesperadamente a frase no passado: Hold the door… Hold the door… Ho the door… Ho the door… Ho th oor… HODOR… HODOR… HODOR… HODOR… e Assim foi revelado o mistério e acabou marcando a despedida desse querido personagem que era tão amado e ficou segurando a porta enquanto era devorado pelos Caminhantes Brancos.