Como vai ser a Batgirl de Joss Whedon?

Começou com um artigo na página da Variety, repercutiu no EW (Entertainment Weekly) e se espalhou pela internet como fogo: Joss Whedon estaria acertando os últimos detalhes para levar a Batgirl para as telonas em um filme só seu. Dando autenticidade aos rumores, “fontes” confirmavam que a produção estava sob os cuidados do executivo da Warner Bros. Toby Emmerich e de Jon Berg e Geoff Johns, responsáveis pelos filmes da DC Comics. Confirmado, o filme seria o segundo longa da história da DC, depois de Mulher Maravilha, a ter uma heroína como protagonista.

Batgirl é um dos personagens com a trajetória mais interessante do Universo DC, tendo passagens marcantes por obras seminais como A Piada Mortal, de Alan Moore, quando ficou paraplégica. Mesmo cadeirante, Barbara Gordon, seguiu lutando contra o crime, ajudando Batman e outros heróis como o Oráculo. Mas quais seriam os planos de Whedon para a personagem? Por que acreditamos que ele é capaz de fazer um bom trabalho?
Aqueles familiarizados com o trabalho de Whedon acreditam que ele é um bom nome para a tarefa por três simples motivos:

1 – Ele entende de quadrinhos
Ele trabalhou para a Marvel em publicações como Astonishing X-Men, onde antecedeu Warren Ellis, e Runaways, quando deu sequência ao trabalho de Brian K. Vaughan. Ele ainda deu pitaco em outros títulos, como Guerra Civil, além de histórias isoladas fora dos cânones tradicionais dos personagens.

2 – Ele gosta de trabalhar com heroínas
É inacreditável, mas em 2017 a questão de gênero ainda é um problema para muitas pessoas. Não é coincidência que apenas a Viúva Negra não tenha um filme solo ou mesmo um “action figure” decente no meio dos Vingadores. Whedon mostrou que mulheres funcionam tão bem como homens em filmes de ação desde Buffy, série em que uma adolescente enfrentava vampiros e outros tantos monstros que apareciam em seu caminho. Dollhouse, outro trabalho para tevê, explorava temas como mortalidade e consciência, também com uma protagonsita feminina.

A EW lembrou que Whedon, em 2006, durante uma palestra, fingiu entrevistar a si mesmo:
“- Por que você escreve personagens femininos tão fortes?
– Porque você continua fazendo essa pergunta.”

3 – Ele é um geek de 1.ª Classe
Whedon tem seu nome ligado a obras que acabaram se tornando referência no universo geek. Para destacar apenas algumas, além de Buffy e do spin off Angel, temos Firefly, Serenity e os dois filmes dos Vingadores.

Uma heroína para Gotham

Ainda em seus primeiros passos, o projeto não deixa claro qual fase da Batgirl será focada na adaptação cinematográfica. Fiel ao cânone da personagem, o trabalho de Gail Simone para a versão de Barbara Gordon dos Novos 52 é uma boa aposta.

Familiarizada com a personagem com que havia trabalhado em Birds of Prey, a escritora Simone assumiu a nova versão da Batgirl em 2011, dando sequência à história conhecida pelo público. Uma das principais mudanças foi a recuperação de Barbara através de uma cirurgia experimental que permitiu que ela não apenas voltasse a andar, mas que voltasse a combater o crime do jeito tradicional: na pancada.

Apesar de fisicamente recuperada, Batgirl ainda enfrentava problemas psicológicos causados pela tortura sofrida nas mãos do Coringa. Por isso sua saga é um bom exemplo da luta que muitas mulheres enfrentam para superar um trauma, seja ele causado por violência física, psicológica ou sexual.

Em 2014, os escritores Brenden Fletcher e Cameron Stewart, além da desenhista Babs Tarr, recriaram o personagem de uma maneira mais leve, mais jovem, voltada para o público adolescente, mas mantendo o empoderamento de Barbara.

Comemorando o 75.º aniversário do Coringa, a DC lançou 25 capas comemorativas do personagem, sendo que a de Batgirls fazia uma referência sinistra à Piada Mortal. Tendo caído na rede antes de ser lançada, a arte causou polêmica e fez com que o artista, o brasileiro Rafael Albuquerque, reconsiderasse sua publicação, afirmando que nunca quis que seu trabalho magoasse ninguém e pedindo que a DC não a lançasse.

Uma certeza permanece, no entanto. A Batgirl de Whedon não buscará sua principal inspiração na versão televisiva dos anos 60. Se feliz ou infelizmente somente o tempo dirá.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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