Fancy é uma coluna semanal que fala sobre música, cinema e comportamento. Porque a vida é como filme, tem trilha sonora …
Se você gosta de conhecer novas culturas e curte som alternativo, sugiro um documentário brilhante chamado Atravessando a Ponte: O Som de Istambul, de 2005. Apresentado por Alexander Hacke, do Einstürzende Neubauten, o filme mostra uma cidade conectada com o tradicional e o moderno, que transita entre oriente e ocidente e oferece uma explosão de sons que podem te levar numa viagem enriquecedora.
Istambul (antiga Constantinopla) ocupa ambas as margens do estreito do Bósforo e do norte do mar de Mármara, os quais separam a Ásia da Europa no sentido norte-sul, uma situação que a faz ser a única cidade que ocupa dois continentes. Foi uma cidade muito cosmopolita ao longo da sua história, onde sempre conviveram muitas comunidades estrangeiras e diversas religiões e isso se reflete hoje na sua diversidade cultural.
O Som de Istambul começa com uma frase de Confúcio que representa o espírito do documentário: “Se queres conhecer uma civilização deves ouvir a sua música.” É ela revela quase tudo sobre um determinado local.
Com músicos de rua e tradicionais consagrados, canções folclóricas, hip-hop, street dancers, rock alternativo, romântico, jazz, dance music e gêneros novos, o documentário tem artistas de diversas etnias e crenças. Istambul, como num caldeirão efervescente de sons e cores, oferece uma verdadeira viagem, pelas ruas, pela história, pelas pessoas e por sua música.
Através da tradição globalizada, Hacke passeia pelos diversos mundos de Istambul, mostrando, a dor do povo curdo, cantado lindamente por Aynur Dogan, como Siya Siyabend que traduzem o espírito livre do artista de rua na sua concepção.
Músicos inspirados por canções folclóricas, em busca do resgate e manter a sua tradição, roqueiro veterano Erkin Koray, que nos anos de 1960 foi um dos primeiros a tocar música turca com instrumentos eletrônicos, ao mesmo tempo que tocava Beatles com os tradicionais instrumentos turcos.
Atravessando a Ponte: O Som do Istambul, dirigido por Fatih Akin, descendente de turcos, mas sempre viveu em solo alemão, teve 150 horas de gravação, sete meses para editar o material e um mundo encantado de pessoas, sons, cultura e sentimentos.
Entre os maravilhosos artistas, destaco três:
Baba Zula surgiu em 1996 como um grupo de música alternativa turca, com um som psicodélico único, combinado com instrumentos tradicionais, música eletrônica, utilizam um instrumento folclórico turco chamado saz.
Orient Expressions é um grupo folclórico eletrônico que ficou conhecido internacionalmente pela riqueza de sons.
Siya Siyabend músicos de rua e que quando tocam, talento raros. Fizeram alguns shows no Canadá, numa turnê produzida pelo Alexander Hacke.