Se 2014 foi um ano de ótimos filmes de terror, como O Babadook (2014); A Corrente do Mal e Boa Noite, Mamãe; podemos dizer que 2016 será o ano de consagração do gênero, principalmente pelo lançamento de um novo clássico do estilo, o brilhante A Bruxa.
Dirigido pelo estreante Robert Eggers e produzido pela brasileira da RT Features, A Bruxa traz de volta tudo o que há de melhor nos filmes de terror. Esqueça os sustos fáceis, perseguições de monstros, efeitos caprichados ou violência em excesso. O filme prioriza o clima tenso, o medo crescendo a cada instante, belas atuações, iluminação escura, poucos cenários e personagens e um maldito bode que te faz arrepiar até o último fio de cabelo.
A história de A Bruxa se passa na Nova Inglaterra, no século XVII. Ao ser banida da comunidade onde vive por questões religiosas, a família formada pelo casal William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie), junto com a filha mais velha Thomasin (Anya Taylor-Joy), o filho do meio Caleb (Harvey Scrimshaw), gêmeos Mercy (Ellie Grainger) e Jonas (Lucas Dawson) e o pequeno bebê Samuel, resolve se mudar para um terreno ao lado de uma floresta.
E aí que as coisas começam a degringolar. A plantação de milho apodrece do nada, o bode preto começa a se estranhar com a família e o pequeno Samuel some misteriosamente. Tudo isso faz com que a família comece a desconfiar uns dos outros, já que são as únicas pessoas com quem tem contato, pois vivem isolados, e o clima neurótico só tende a crescer.
O mais importante é que A Bruxa segue totalmente contra a maré do cinema atual. Se a moda hoje são filmes com orçamentos astronômicos, grandes astros, heróis de montão, efeitos especiais impressionantes e histórias batidas, o longa de Eggers aposta suas fichas num roteiro caprichado, inteligente, lento, diálogos caprichados e um clima de medo que assustou até mesmo o mestre da literatura de terror, Stephen King. Precisa de mais alguma coisa?
[…] um grande trunfo: uma estrela. Anya Taylor-Joy, que apareceu para o grande público no fantástico A Bruxa, brilha em cada minuto em cena, seja em momentos intensos, dóceis, bem como nos dramáticos e mais […]