Cobra Kai | Crítica da 1ª temporada

Hollywood já descobriu, há tempos, que remakes e continuações de grandes sucessos dos anos 1980 mexem com o público, dando certo ou errado – além de ser um meio de os roteiristas não precisarem fazer muito esforço para construir os personagens do zero.

A franquia Karatê Kid até tentou se “reinventar” duas vezes: com o sofrível Kid 4 (Hilary Swank novinha) e com o filme estrelado pelo Jaden Smith e Jackie Chan, mas Kung Fu não é Karatê e, apesar de o longa ser ok, quase ninguém mais lembra dele.

Mas, para a felicidade dos fãs mais nostálgicos – incluindo este velho que escreve – Ralph Macchio (Aka Daniel LaRusso) e os produtores/escritores Josh head (A Ressaca), Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg (ambos responsáveis por Madrugada dos Mortos) levaram uma ideia para o pessoal do Youtube Red, serviço pago do portal, disponível em alguns países: como está a vida, 34 anos depois, de LaRusso e Johnny Lawrence (William Zabka)?

A sinopse de Cobra Kai (produzida também por Will Smith e seu cunhado, Calleb Pinkett) traz, então, Lawrence como um fracassado, que busca redenção ao reabrir o dojo que dá nome a série, reacendendo a sua rivalidade com o agora bem-sucedido LaRusso, que tem lutado para manter o equilíbrio em sua vida sem a orientação de seu mentor, Mr. Miyagi.

A história, bem amarrada, coloca no caminho de Lawrence um jovem garoto (o ótimo Xolo Maridueña, de Parenthood) que sofre com os valentões da escola por ser latino e imigrante, e encontra no Karatê sua chance de deixar de ser o saco de pancadas (já vimos isso em algum lugar, não?).

LaRusso tem a vida perfeita, é empresário, tem uma linda família, mas parece ter perdido o equilíbrio (e ganhado um pouco de empáfia), reencontrando-o ao treinar, vejam só, o filho renegado de Lawrence, Robby (Tanner Buchannan, de Designeted Survivor).

Com deliciosas referências ao primeiro filme, Cobra Kai agrada, também, ao escolher bons jovens atores para atuar como adolescentes (muito na linha, creio, do sucesso de Stanger Things).

A série, com os dois primeiros episódios de graça no Youtube Red (os demais você consegue comprar pelo Google Play), tem ótimos elementos nostálgicos, drama e até humor (sério, há piadas muito boas sobre os filmes!).

Claro que há um ou outro pecado (como personagens que simplesmente somem e a atuação pouco inspirada de Macchio), mas nada que tire o brilho da série, que já foi renovada para a segunda temporada.

E não quero dar nenhum spoiler, mas o segundo ano de Cobra Kai vai, se bem trabalhado com o primeiro, fazer muito sucesso.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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