Han Solo: Uma História Star Wars | Crítica do filme

Quando o primeiro trailer de Han Solo: Uma História Star Wars foi exibido, o sinal amarelo foi ligado na hora. Decepcionante, não trazia absolutamente nada que seduzisse o espectador e só teve grande repercussão porque fazia parte da maior franquia da história do cinema. Depois veio o baque maior. Os diretores Phil Lord e Chris Miller pularam fora do barco alegando as famosas “diferenças criativas” entre eles e o estúdio. A receita da catástrofe estava completa. A sorte é que aos 45 minutos do segundo tempo a Disney convocou Ron Howard para assumir a direção e, por incrível que pareça, ele não apenas salvou o filme do desastre como transformou aquela bagunça numa bela aventura juvenil.

Ao contrário dos outros filmes da saga criada por George Lucas, em Han Solo: Uma História Star Wars não existe a personificação do mal ou o Lado Negro da Força. A família Skywalker sequer é citada (primeira vez que isso acontece na franquia) e o ‘inimigo’ aqui é a situação horrível que acerca a população. Males que, inclusive, estão presentes nos dias de hoje como corrupção, máfia, escravidão, exploração da miséria alheia e por aí vai. Esse aliás é um dos grandes trunfos do filme. Tratar assuntos contemporâneos usando a galáxia e a mística de Star Wars como pano de fundo.

A história de Han Solo: Uma História Star Wars começa no planeta Corellia, com Han Solo (Alden Ehrenreich) tentando fugir com sua amada Qy’ra (Emilia Clarke) da miséria daquele lugar. Quando somente ele consegue escapar e vê que seu grande amor não teve a mesma sorte. Em outro planeta, ele acaba se juntando a um grupo de ladrões e parte para uma missão complicada, mas com uma boa recompensa que permitirá que volte a Corellia e salvar sua namorada.

Depois de um começo irregular e até um pouco cansativo, o filme engrena e quando elementos importantes da saga Star Wars aparecem e ganham espaço, o filme decola e voa tão bem quanto a Millenium Falcon. Ehrenreich tem uma missão praticamente impossível, pois não é nada fácil dar vida a um personagem tão importante e carismático quanto o Han Solo de Harrison Ford. No começo a comparação e inevitável e claro que o protagonista acaba levando a pior. Mas com o tempo você acaba se acostumando e quando para de compará-lo ao icônico mercenário de Ford acaba embarcando de vez no filme.

Mas quem rouba mesmo a cena em Han Solo: Uma História Star Wars são seus coadjuvantes. A história de Chewbacca (Joonas Suotamo), por exemplo, é muito mais bacana que a do protagonista, sem contar que é muito mais fácil para o novo ator dar vida ao wookie do que Ehrenreich ter que repetir o Solo de Ford. Mas quem rouba mesmo o filme é o outro anti-herói, Lando Calrissian (Donald Glover). Glover fez a lição de casa direitinho e seus diálogos, cenas, trejeitos são tão bons que superam, inclusive, o Lando original interpretado originalmente por Billy Dee Williams.

Destaque também para as cenas de ação e o visual do filme que é simplesmente deslumbrante. Claro que o filme tem suas falhas, dá algumas patinadas e tem uma trama pra lá de previsível. Mas está bem longe da catástrofe que poderia ser e é muito melhor que os enfadonhos capítulos I, II e III.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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