Embora tenha acreditado inicialmente que essa segunda temporada de MasterChef Brasil tenha evoluído em relação ao ano anterior, o capítulo exibido pela Band nessa terça-feira me fez ligar o sinal de alerta. Os candidatos estão mostrando que são fracos tecnicamente e a emissora peca muito na edição do programa, deixando-o cansativo e repetitivo.
Infelizmente os executivos da TV brasileira ainda não entendem o significado da palavra “superexposição”. Ao contrário da versão original do programa, que com intervalos comerciais dura 60 minutos, o MasterChef Brasil teve mais de 120 minutos. Muita coisa para um reality show culinário.
Mas a maior decepção foi mesmo com os candidatos. O programa teve a tradicional prova de grupos que salva um lado e coloca o outro automaticamente na prova de pressão. O teste consistia em servir um grupo de 100 cadetes da Força Aérea Brasileira e os dois grupos falharam miseravelmente. O azul, liderado por Murilo de Oliveira, venceu o grupo vermelho, organizado por Aritana Maroni. E novamente o vilão da história foi o arroz. Sério que ninguém sabe cozinhar arroz no MasterChef Brasil?
Ao invés do episódio anterior, quando o arroz foi mal cozido, aqui ele foi queimado. Inacreditável. O time azul pelo menos teve a decência de se livrar do prato, improvisar um cuscuz e servir seus pratos graças a ajuda dos chefs jurados. O que eu acho completamente errado. Na minha opinião, se Erick Jacquin, Henrique Fogaça ou Paola Carosella meterem a mão na massa para a comida de uma equipe ser servida, ela automaticamente deveria ser eliminada da competição.
O time vermelho teve problema na concepção do prato e na execução. E para piorar tentou jogar a culpa na pessoa errada. Iranete Santana alertou que o arroz podeira queimar se fosse feito em uma única panela grande. Foi ignorada pela líder e pelo “co-líder” Fernando Kawasaki e o resultado foi catastrófico. Principalmente porque Aritana sabia que o arroz estava queimado e decidiu servi-lo assim mesmo. A única atitude digna da líder foi se salvar da prova de pressão ao invés de salvar de duas pessoas de sua equipe. Enfim, temos uma competidora e não uma participante no MasterChef Brasil.
Na prova de pressão tivemos problemas ainda mais graves, que mostraram o despreparo dos candidatos. Todo mundo sabe que o maior medo dos cozinheiros é prova de sobremesa. E isso ocorre porque não dá para improvisar. Errou no ingrediente? Já era o prato. Então, catzo, antes de participar do MasterChef, TREINE uma sobremesa para preparar na hora. Outra coisa. ASSISTA o programa. Um dos patrocinadores é uma empresa de chocolate, então, caros, óbvio que uma das provas do MasterChef Brasil terá chocolate como ingrediente principal.
Se a situação já estava difícil ela piorou depois que os concorrentes seguiram o conselho de Erick Jacquin e tentaram incrementar o parto com pimenta e bacon. Iranete, além de se perder na pimenta, fez duas coisas que irritaram os jurados. Preparou sua sobremesa rapidamente e cruzou os braços esperando o seu mousse gelar e ignorou todos os conselhos da chef Paola, com a justificativa do “é assim que eu sei fazer”. Mesmo assim ela seguiu no programa porque Rodrigo Serra conseguiu entregar um prato pior.
A eliminação de Rodrigo e a permanência de Iranete nos traz um questionamento interessante sobre a avaliação do MasterChef Brasil. É mais justo eliminar um dos candidatos que, apesar de ter feito o pior prato da noite, tem chances reais de ser um dos finalistas do programa ou é melhor eliminar uma concorrente que, apesar de não ter feito o pior prato, não tem muitas chances de chegar a final?