O Batman tem um filho e, claro, não poderia ser qualquer criança. Damian Wayne é filho de Bruce e Tália Al Ghul e foi apresentado ao pai já na pré-adolescência. Ou seja: passou a infância inteira treinando para liderar o exército de assassinos do avô, R’as Al Ghul. No caso de você não ser um leitor frequente de quadrinhos, este é o personagem que aparece em Batman Begins como mentor e rival do Homem-Morcego. No decorrer das histórias, Damian foi ganhando importância e respeito de seu pai ao se tornar o mais novo Robin a acompahar o Batman.
Dito isso, você já pode mergulhar na leitura do primeiro volume de Jovens Titãs. O encadernado, publicado aqui pela Panini, traz as primeiras aventuras da equipe liderada e reunida por ele, composta por outros heróis adolescentes cujo único objetivo é fazer justiça. Mesmo que isso signifique apelar para uma violência que talvez nem o Batman fosse capaz de inflingir.
E o nome adotado por eles, claro, é o mesmo utilizado por diversas gerações de jovens heróis da DC. Principalmente os ajudantes de super-heróis veteranos, que eram quase a totalidade das formações anteriores. E isso não muda nesta. Ainda que tenhamos Jamanta, definido como uma “bola de demolição humana” e Djin, um verdadeiro gênio da lâmpada, o restante do time se completa com Kid Flash, um dos jovens discípulos do maior velocista do mundo, Arqueira Vermeha, a irmã rebelde de Oliver Queen, o Arqueiro Verde e Esmagadora, a pra lá de instável filha do Lobo, o mercenário alienígena.
Jovens e ressentidos
O fio condutor dos Jovens Titãs é o ressentimento. Se antes o grupo era sinônimo de amizade e descobertas, agora é um grupo de adolescentes interessado em trilhar o próprio caminho e se afastar o máximo possível de suas raízes. Eles encontram na liberdade de pegar pesado conferida por Robin a válvula de escape que precisam para fugir de suas frustrações pessoais e ainda fazer algo de bom para o mundo. A seu modo.
Contudo, eles vão descobrindo aos poucos que não são tão independentes assim e sua inexperiência em trabalhar como uma equipe ainda poderá custar a vida de algum inocente ou mesmo de algum deles. Assim, o grupo vai aprendendo a colocar suas diferenças de lado enquanto segue sua rotina super-heróica. Ou não.
A imprevisibilidade é uma constante e a HQ vai ficando ainda melhor a media que o roteiro de Adam Glass vai revelando a quantidade de segredos escondidos pelos membros do time. Todos eles com o potencial de arruinar a equipe de uma vez por todas. Principalmente os do líder.
Rostos familiares
Ainda que faça referências a outras sagas e histórias do Universo DC para explicar o momento dos personagens, Jovens Titãs não exige leituras prévias, o que é um bom começo para novos leitores. O formato do primeiro volume também ajuda, uma vez que traz um arco fechado de histórias e que não continuam diretamente no gibi de outro super-herói da casa.
Outro ponto para os leitores novatos é a aparição de personagens já conhecidos de outras mídias entre os coadjuvantes, como Arlequina e El Diablo, que já foram vistos no filme do Esquadrão Suicida. Sem falar em Shado, mãe da Arqueira Vermelha e velha conhecida de quem acompanha a série Arrow, bem como o próprio Kid Flash, que é coadjuvante no seriado do Flash e em Legends of Tomorrow. Todos transmitidos no Brasil pelo canal a cabo Warner Channel e com temporadas disponíveis na Netflix.
No mais, o volume 1 de Jovens Titãs é uma HQ eletrizante, com diversas surpresas ao longo das páginas e potencial para cativar novos e antigos leitores. E, quem sabe, ser a porta de entrada de muitos para o universo da DC Comics também.
Ficha Técnica:
Título: Jovens Titãs – Volume 1
Editora: Panini
Autores: Adam Glass (roteiro), Robson Rocha (arte)
Lombada: quadrada
Capa: cartonada
Páginas: 168
Formato: 26 x 17 cm
Lançamento: julho/2019