Logo no final de Dragonstone, episódio que abre a sétima temporada de Game of Thrones, uma cena resume muito bem o significado desta estreia. Daenerys chega à mesa criada por Aegon, o Conquistador, o fundador da dinastia Targaryen, e diz: “vamos começar?”. Esculpida e pintada na forma de um detalhado mapa de Westeros, o objeto se assemelha a um tabuleiro de war e foi usado pelo seu ancestral para planejar a sua invasão ao continente fictício e dar início ao reinado de sua família. Agora, a filha de Aerys, o Rei Louco, usa o mesmo móvel para planejar a retomada do trono roubado por Robert Baratheon. Além da Mãe dos Dragões, outros personagens movem suas peças em seus respectivos tabuleiros para, enfim, disputarem o Jogo dos Tronos.
Perto de Pedra do Dragão, em Porto Real, aparentemente o jogo está desfavorável no tabuleiro da rainha Cersei. Depois de explodir o Grande Septo de Baelor, ela tem inimigos de sobra. Além dos Targaryen e dos Stark, os Lannister tem agora outras grandes preocupações: Os Tyrrell, do Jardim de Cima, e os Martell, de Dorne. A única casa aliada, aliás, metade dela é a Greyjoy. Para piorar, a metade que pretende se aliar aos Leões é a mais maluca e traiçoeira dela, a que pertence a Euron, Olho de Corvo. A outra casa aliada, Frey, foi dizimada por Arya Stark e agora não tem praticamente serventia. Mas o que resta a viúva de Robert Baratheon não é de se jogar fora: Sua inteligência e os anos de convívio com o pai Tywin são suficientes para torná-la uma jogadora forte e perigosa.
Ao Norte do tabuleiro as coisas parecem mais complicadas. Sansa, cada vez mais parecida com Cersei, não demonstra muita paciência com o jeito apaziguador de Jon. Lembra ao irmão que essa inocência pode fazer com que o bastardo tenha o mesmo destino que o pai Ned e o irmão Robb. Snow, por sua vez, tem outras preocupações. Pouco importa o Jogo dos Tronos. Sua luta continua sendo pelo fortalecimento do Norte, da Muralha, das casas aliadas para que tenham condições de enfrentar o longo inverno que acabou de chegar junto com os White Walkers. Estes, por sua vez, conseguiram fortalecer seu exército, com mais zumbis, sendo que dois deles são gigantes. Mas, outro perigo ameaça Winterfell: a presença constante de Mindinho, que continua com sua ambição de casar com Sansa e se tornar o Senhor do Norte. E como já foi mostrado desde a primeira temporada, Petyr Baelish é tão perigoso quanto os mortos-vivos.
Além da nova posição das peças no Jogo dos Tronos, o grande destaque de Dragonstone foi a presença de Arya Stark. Assim como Jon, a caçula não tem o menor interesse em quem sentará no Trono de Ferro. Ela segue fiel ao mesmo pensamento da primeira temporada: se vingar daqueles que mataram sua família. O Casamento Vermelho já foi vingado. Resta a pequena loba acabar com a raça daqueles que decapitaram seus pais. Provavelmente ela ainda não sabe que sua família está se reconstruindo após anos de desgraça. Por isso, segue sozinha para Porto Real focada em matar o alvo principal de sua vingança: Cersei Lannister.
Outras peças importantes, mas não fundamentais também, se moveram neste tabuleiro. O Cão teve um momento interessante com a Irmandade Sem Bandeiras, chegando, inclusive, a ter uma interessante visão sobre um futuro recente. Sam, adquirindo conhecimento importante no meio de tanta sopa e tanta merda na Cidadela, Brandon finalmente chegando na Muralha, Sor Jorah Mormont dando as caras (ou melhor, o braço), entre outros. O jogo está chegando ao fim e ele tem tudo para ser magistral. O inverno, finalmente, chegou.