Embora não tenha sido brilhante, Kill The Boy é daqueles bons episódios que servem para situar os personagens e ditar os rumos que a temporada de Game of Thrones deve seguir. E, pelo jeito, o Norte (e isso inclui o núcleo da Muralha) seguirá como foco principal, seguido de perto pelos acontecimentos em Porto Real (embora não tenha aparecido aqui) e Meereen. E um personagem que tem um papel quase descartado nos livros começa a ganhar força na série, a jovem ruiva Sansa Stark.
Se nos livros Sansa é apenas a babá do pequeno lorde Robert Arryn, na série ela se torna uma peça importante na história. Seja como peã no plano de Mindinho ou como remanescente do clã Stark, ela é a esperança que os nortenhos tem para não ficar eternamente nas mãos dos Bolton. Ao que tudo indica, ela terá que dormir novamente com o inimigo. Mas não é algo inédito para quem já foi prometida (embora não tenha dormido) para Joffrey Baratheon.
E sua história tende a ficar mais importante, já que aliados não faltam para Sansa. Embora tenha sido recusada pela garota ruiva, Brienne está perto e já mandou avisar que está ali pela herdeira dos Stark. Além disso ela tem os vassalos nortenhos ao seu lado e Stannis Baratheon a caminho. E não podemos deixar de lado Theon “Fedor” Greyjoy que, embora tenha sua personalidade destruída por Ramsay, pode muito bem despertar e mudar de lado novamente.
Ainda no norte, mais precisamente na Muralha, Jon Snow percebe que o perigo está cada dia mais eminente e tenta dar uma cartada final na luta contra os Outros. Não foi fácil conseguir uma acordo de paz com Tormund, o novo líder dos Selvagens, mas a atitude desagrada seus irmãos da Patrulha da Noite. Fardo que o jovem Snow sabe que será difícil carregar, mas ao seguir o conselho do Meistre Aemon – mate o menino dentro de você e deixe o homem nascer, daí o Kill The Boy que dá título ao episódio – o Senhor Comandante adquire confiança para seguir com o plano adiante.
A retaliação após a morte de Sor Barristan Selmy era aguardada em Meereem, mas o que fica mais evidente é o quanto da loucura do pai Daenerys carrega em si. Antes de raciocinar e chegar numa saída política, ela sempre tente a tomar uma atitude instintiva e sempre usando o fogo amigo dos seus “filhotes”. E veremos o que o futuro lhe reserva com esse casamento que vem pela frente e a reabertura da arena de gladiadores.
Pena que em Kill The Boy, a produção não explorou a melhor sequencia do episódio. Claro que tinha que ser com Tyrion e Jorah Mormont. A chegada deles nas ruínas de Valíria é deslumbrante. Todo a cena é muito bem feita e construída. A cara de choque do Duende ao avistar de longe Drogon voando, a beleza do cenário em si, os diálogos entre o anão e o urso e claro a luta contra os Homens de Pedra que acabam vitimando o fiel escudeiro de Daenerys com um princípio de escamagris. O inverno está cada vez mais próximo, e ele promete ser congelante.