‘A Noite das Bruxas’ dá novo fôlego ao detetive Poirot

O icônico personagem criado pela escritora Agatha Christie, Hercule Poirot já estrelou diversas adaptações de sua obra par o cinema. Nesta (até aqui) trilogia da 20th Century Studios, ele teve altos e baixos, começando muito bem com o interessante ‘Assassinato no Expresso Oriente’, derrapou feio em ‘Morte no Nilo’ e, agora, acerta em cheio com o divertido ‘A Noite das Bruxas’.

A grande sacada aqui é misturar a lógica de detetive de Poirot com o sobrenatural. Com isso, temos um “elemento surpresa” que aparece esporadicamente para bagunçar a mente do espectador. Sim, assim como nos filmes anteriores, continuamos como “convidados” do personagem para investigarmos com ele o caso da vez.

Clichê bem feito

Outra coisa que A Noite das Bruxas se assemelha com seus anteriores é o uso da mesma fórmula para solucionar um caso diferente. São os clichês de sempre, com suspeitos que não são tão suspeitos assim e inocentes que não são tão isentos quanto parecem. Elementos que já vimos várias vezes, mas quando eles são bem encaixados eles mais divertem do que irritam.

Outro grande acerto do filme é que ao invés de usar diversas locações (sendo a maioria aberrações digitais mal feitas) como em Morte no Nilo, o diretor Kenneth Branagh (que também dá vida ao Poirot) usou praticamente um cenário (uma mansão antiga e caindo aos pedaços em Veneza) como ele fez com o trem em Assassinato do Expresso Oriente.

A Noite das Bruxas

A trama

Longe das atividades de detetive, Poirot curte a sua aposentadoria em Veneza, cercado por um fiel segurança que barra qualquer um que se aproxime dele para apresentar algum caso. Até que a escritora Ariadne Oliver (Tina Fey), que ajudou a perpetuar a fama do investigador em seus livros, aparece novamente em sua vida e o convida para participar de uma sessão espírita da sensitiva Mrs. Reynolds (Michelle Yeoh), que realizará uma sessão mediúnica em uma mansão para convocar o espírito da jovem Alicia Drake (Rowan Robinson) que, segundo sua mãe Rowena Drake (Kelly Reilly), foi assassinada ali.

Cético, Poirot resolve participar da sessão para desmascarar a médium, mas, após um assassinato que só poderia ter sido cometido pelas poucas pessoas que ali estão com ele, o detetive terá que solucionar também esse novo mistério.

Suspeitos e motivos

A escrita de Christie cria relações complicadas entre os personagens com a vítima, de modo que todos ali tenham um ou vários motivos para cometer o assassinato. São vários suspeitos e muitos motivos. Sejam eles banais ou grandes. E a maneira com que Branagh adapta a obra literária é, ao mesmo tempo, instigante e divertida.

Sem querer reinventar a roda, A Noite das Bruxas cumpre aquilo que se espera dele. Um filme com um caso curioso, um roteiro muito bem construído, personagens interessantes, uma trama envolvente e uma conclusão que, apesar de não ser tão surpreendente, é bem agradável. Entretenimento puro.

NOTA: 7,5

Trailer – A Noite das Bruxas

Ficha técnica

Título original: A Haunting in Venice
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green
Elenco: Kenneth Branagh, Michelle Yeoh, Jamie Dornan, Tina Fey, Kelly Reilly, Camille Cottin,
Onde assistir: somente nos cinemas
Data de estreia: 14 de setembro de 2023
Duração: 103 minutos
País: Estados Unidos, Reino Unido, Itália
Gênero: drama, mistério, thriller
Ano: 2023
Classificação: 14 anos

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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