‘A Morte do Demônio: A Ascenção’ mantém o alto nivel da franquia original’

Após um hiato de 10 anos nos cinemas a franquia ‘A Morte do Demônio’, volta apresentando um conceito que não havia sido abordado até então: a mudança de ambiente, saindo da floresta fechada e entrando na cidade. No entanto, ela não esquece das suas raízes, dentre elas a mais importante de toda a saga: O Necronomicon.

Esse que logo no início é encontrado por Danny (Morgan Davies) após um terremoto. Como qualquer adolescente em filmes de terror, ao invés de deixar o livro quieto, resolve levá-lo para casa. Mesmo que isso possa parecer bem clichê, dentro do roteiro, ele é bem justificado. Aliás, não só isso, como situações mais simples do tipo: como eles não podem pedir ajuda ou até o celular que está sem rede, o que seria um problema para um filme de terror que se passa em um apartamento no meio da cidade. Dessa vez o livro acaba possuindo a mãe do protagonista. Agora, ele, suas irmãs e sua tia (que estão presas no 14.° andar) têm que tentar sobreviver.

Tensão escalonada

Lee Cronin que dirige e roteiriza o filme, consegue ao longo dos 97 minutos de duração, ir escalonando mais e mais a tensão e o sentimento de que os personagens estão sem saída. Em muitos momentos me peguei pensando se os personagens conseguiriam se livrar de algumas situações. Além disso, também consegue de forma simples mais muito eficaz criar situações de angústia. Como, por exemplo, a cena do corredor, vista só pelo olho mágico da porta.

Em outros momentos, ela emula alguns ângulos de câmera de ‘O Iluminado’ de Stanley Kubrick e cenas dos próprios ‘A Morte do Demônio’ (Ou ‘Uma Noite Alucinante’ para os mais nostálgicos) com a visão do monstro que, nesse caso, é subvertida de uma forma bem interessante e que serve como uma cena introdutória perfeita para deixar o espectador impactado pelo filme nos primeiros 10 minutos de rodagem. Não se esquecendo em momento nenhum das marcas registradas da franquia: o Gore e as maravilhosas cenas em que os personagens estão cobertos de sangue que vão em uma crescente boa sem momentos para respiro até o terceiro ato, em que de fato faz jus à franquia.

A Morte do Demônio

Inspiração

Outro ponto que deixa mais claro a inspiração ao filme do Kubrick é a figura máxima de proteção. A mãe (no caso do Iluminado é o pai) caçando seus filhos. Papel de Alyssa Sutherland, que consegue fazer uma mulher possuída, fingindo que não está nesta condição para enganar as filhas e a irmã. Elas que conseguem mostrar esse medo e receio de uma figura que é o porto seguro, sem a necessidade de atuações exageradas, o que não pode ser dito do irmão que está no máximo OK.

Mas o destaque junto com a mãe é a irmã dela a Beth (Lily Sullivan) que tem, na medida do possível, afinal o filme é pequeno, um bom arco de personagem, saindo de uma pessoa que se apoiava na irmã para tomar decisões para ter que resolver uma situação de vida ou morte.

Veredito

Levando em consideração que é o quinto filme da franquia, o que pode vir na cabeça de alguns espectadores é se há necessidade de assistir os anteriores e já adianto que não; não é necessário do modo como o roteiro foi feito e apresentado ele pode ser encarado de forma solitária, ou até mesmo como uma porta de entrada para novos espectadores, mas não se esquecendo dos antigos e trazendo referências que só os que viram os anteriores vão perceber. Essa nova adição à franquia consegue manter o nível de qualidade em relação aos anteriores (claro que com um orçamento incomparável ao primeiro) e ainda cria a possibilidade para continuações.

NOTA: 8,5

Trailer – A Morte do Demônio: A Ascenção

Ficha Técnica

Título original: Evil Dead Rise
Direção e roteiro: Lee Cronin
Elenco: Mirabai Pease, Richard Crouchley, Anna-Maree Thomas, Lily Sullivan, Noah Paul, Alyssa Sutherland
Onde assistir: somente nos cinemas
Data de estreia: 20 de abril de 2023
Duração: 97 minutos
País: Estados Unidos, Irlanda, Nova Zelândia
Gênero: terror
Ano: 2023
Classificação: 18 anos

Andre Passero

Adoro conversar sobre filmes, tenho mais de 300 na coleção e faço críticas desde 2019.

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