Westworld S03E06 | Decoherence

Depois de revelações bombásticas e faltando poucos episódios para o final da temporada, Lisa Joy e Jonathan Nolan usaram “Decoherence” para reposicionar algumas peças no tabuleiro, refazer algumas equipes e trazer personagens de volta ao jogo para que o grande embate aconteça no final deste terceiro ano de Westworld.

Mesmo que não esteja presente da maneira que a conhecemos hoje, Dolores (Evan Rachel Wood) foi a grande “mentora” de Decoherence, já que suas outras versões, principalmente Charlotte Hale (Tessa Thompson), foram os destaques do episódio. Tudo gira em torno da primeira anfitriã do parque e, principalmente, nas consequências de suas ações.

Começando na Delos onde Serac (Vincent Cassel) finalmente assume o controle da empresa e revela que já sabia que Charlotte e Dolores habitam o mesmo corpo. O que ele não esperava é que a anfitriã estivesse um passo à frente e destruiría seus planos com Maeve (Thandie Newton). Essa, por sua vez, pode ter um final interessante. Apesar do ódio que nutre pela assassina de Hector (Rodrigo Santoro), existe uma possibilidade de mudança de lado. Dolores não a pouparia a tôa, tendo a real chance de exterminá-la.

O mesmo pode ser dito de Bernard (Jeffrey Wright) e Stubbs (Luke Hemsworth), outros dois que poderiam ser exterminados, mas acabaram poupados por Dolores. E mesmo que tenham resgatado William (Ed Harris) daquela clínica, ainda existe a possibilidade de se aliarem a anfitriã ou até mesmo serem, ao lado de Maeve, os habitantes que comandarão este novo mundo sonhado por ela. Não é de se estranhar se descobrirmos nestes capítulos finais que os dados desejados por Serc tenham sidos transferidos por Dolores para a mente de Bernard e que ela se sacrifique por esses personagens e, claro, por Charlotte.

Ela, aliás, é um dos pontos fortes de Decoherence, principalmente pela impecável atuação de Tessa Thompson que, durante todo o tempo que esteve em cena, foi capaz de transmitir ao espectador toda a força, angústia, tristeza e sofrimento da personagem que demonstrou não ser apenas uma simples cópia de Dolores. Aliás, é provável que todas as versões da anfitriã não sejam apenas versões dela e sim se adaptem ao hospedeiro, mesclando os dados daquele corpo com o de Dolores e criem suas próprias narrativas. Como é o caso de Dolores-Charlotte, que segue os planos da sua líder e ao mesmo tempo constrói uma relação com o seu marido e filho.

Embora não seja um anfitrião ou cópia de Dolores, William é outro personagem que está prestes a construir uma nova narrativa. Na clínica psiquiátrica, ao ser forçado a usar o tratamento com realidade virtual e confrontar suas personalidades de épocas diferentes de sua vida, ele finalmente assume aquilo que sempre foi desde criança, uma criatura violenta que passa por cima de quem quiser para alcançar seus objetivos. Mesmo que seja passar por cima de todas as versões de si mesmo. Agora assumindo a personalidade do Homem de Branco e acreditando ter encontrado o seu propósito e se considerar um dos “mocinhos” da história, William ganhou uma vida extra no jogo e resta saber o que virá dessa nova aliança que começa a ser construída com Bernard e Stubbs. 

Ao que tudo indica, teremos um final de temporada aberto e agridoce. Com apenas mais dois capítulos e com o próximo focado no passado de Caleb (Aaron Paul) dificilmente teremos um avanço significativo na história, deixando apenas um capítulo para o fim. Muito pouco para fechar todas as pontas que ainda estão soltas em Westworld.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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