Teenage Fanclub| 20 anos do lançamento de Grand Prix

Há exatos 20 anos os escoceses do Teenage Fanclub lançavam “Grand Prix”. O quarto álbum da banda não abalou nenhuma estrutura, não fez deles superestrelas e sequer ajudou a recuperar o prestígio deles nos EUA – três anos antes eles estavam no Saturday Night Live e com o disco do ano da Spin, mas a bonança durou pouco.

Por outro lado, foi esse o disco que recuperou o prestígio o Teenage Fanclub com boa parte da crítica britânica e fez com que sua base de fãs se solidificasse. O fato é que quem embarcou na viagem melódica proposta pelo grupo no álbum em 1995, provavelmente nunca mais os largou e ainda ajudou a espalhar o som deles para quem quer que fosse. Isso serviu para aumentar a audiência da banda, a ponto de lhes garantir uma carreira ainda hoje, 20 anos depois do lançamento de sue disco de estreia.

Grand Prix também mostrou que o Teenage Fanclub tinha a capacidade rara de soar simultaneamente atemporal e contemporâneo. Basta ver que eles surgem na época em que o movimento Madchester estava no auge, conseguem se inserir dentro do grunge, apesar de fazer um som bem mais pop e sem as angústias e espírito destrutivo das bandas de Seattle, passam pelo britpop, a ascensão do Radiohead e tudo o que se seguiu mantendo-se artística e comercialmente de forma digna, ainda que sempre “abaixo do radar”.

20 anos depois, Grand Prix segue muito bom, mas sem apresentar grandes surpresas ou revelações. As faixas que eram fortes em 95 – Neil Jung, Sparky’s Dream, About You… – mantém o seu frescor, e as músicas, digamos, menores, não viraram obras-primas dignas de reavaliação. Mas é inegável que o trabalho como um todo envelheceu muito bem, especialmente se comparado a “Morning Glory” do Oasis ou “The Great Escape” do Blur, para ficarmos em dois discos que fizeram barulho naquele ano.

Se você nunca ouviu o disco e gosta de canções melodiosas, com influência do melhor rock dos anos 60 e 70, compostas e interpretadas por gente que entende do riscado, certamente irá se surpreender e virar fã.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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