Sonic é a prova que a internet tem voz

Quando saiu o primeiro trailer do live-action de Sonic, tudo estava fora do padrão que conhecíamos. O diretor Jeff Fowler tinha optado em fazer uma versão do ouriço com características humanas e isso chamou muita atenção da internet. As críticas foram tantas que o Fowler e a Paramount repensaram no visual e fizeram uma transformação positiva, deixando Sonic com um visual parecido dos jogos e o alvo não poderia ter sido mais certeiro. Ele ficou uma fofura, mas não é só de CGI impecável que se constrói o roteiro. Será que o longa conseguiu surpreender?

Adaptações de jogos para vídeo game já está se tornando comum, temos Lara Croft, Assassin’s Creed, Mortal Kombat, entre outras, o mercado está cada vez mais entrando para Hollywood. Sonic faz parte da infância de muita gente, inclusive da minha, a criação da Sega é sem dúvidas um marco na década de 90 e agora podemos ter essa experiência nas telonas.

A premissa é simples. Sonic precisa fugir de sua terra por conta dos vilões atrás dele e assim ele chega em uma cidadezinha perdida no estado de Montana chamada Green Hill. Com anéis mágicos que são uma espécie de portal e o levam pra onde ele pensar, a vida dele na terra é monótona e sem amigos. Seu único contato com humanos é o casal que ele nomeia de Lorde Donut (Tom, interpretado por Ben Mardsen) e Senhora Pretzel (Maddie, interpretada por Tika Sumpter). Tudo muda na vida do ouriço quando ele causa uma explosão que deixa a cidade sem energia e Robotnik começa a persegui-lo. Nisso Sonic conhece Tom e nós somos levados à uma peripécia pra lá de eletrizante.

Robotnik é um vilão memorável nos games e não poderia ter tido escolha melhor do que Jim Carrey no papel. Ele está completamente à vontade, podemos sentir que o ator está se divertindo, caricato, mas na dose certa, com certeza ele deixa o filme mais engraçado e entretido, a motivação dele caminha bem e funciona de maneira recreativa.

Mas a estrela é o nosso Sonic! Eles conseguiram acertar em cheio no visual, os olhos dele são expressivos, é carismático e sua personalidade fofa e vibrante é o que nos deixa com o coração bem quentinho e com a sensação de nostalgia. A dublagem original é feita pelo brilhante Ben Schwartz, o que traz um frescor e um espetáculo a mais para a obra. James Marsden está a confortável no papel, já que atuar com animais criados em CGI é uma grande parte de seu currículo, a amizade dele com Sonic é criada com fluidez e embarcamos juntos com os dois na aventura e nos sentimos em jogo em forma de live-action.

A trilha sonora está divina, ela conduz a trama de maneira inteligente, recreativa e descontraída, ela nos cativa e até dá vontade de procurar uma playlist no Spotify e ouvir por um bom tempo. Os efeitos sonoros também acompanham o roteiro, tudo é pensando de maneira inteligente e funciona como se fosse uma dança leve e gostosa. Referências à cultura pop estão em peso aqui, podemos entender que Sonic gostou da cultura humana a ponto de fazer comparações com esse mundo que tanto amamos.  

É um filme que transmite muitas mensagens importantes e servem como uma luva nos dias atuais, como amizade e resiliência. Pode parecer estranho por se tratar de uma adaptação de um jogo, mas ela traz muitos quebra-cabeças do nosso cotidiano e todos são encaixados de maneira leve, pode parecer clichê, mas eles conseguem deixar um equilíbrio perfeito e um ritmo fascinante para toda a família. Já que a missão aqui era complicada, pois eles tinham que agradar não só os fãs da Sega da década de 90, mas também pegar um público que infantil que provavelmente nem sabe quem é o ouriço azul.

Sonic é uma grata surpresa do ano, é um filme que todo mundo começou com certo preconceito, mas quando junta toda a obra fica tudo perfeito, ela é uma diversão para toda a família e vai tirar sorriso de muita gente por aí e muito lucro pra Sega, já que dá vontade de sair da sala de cinema e começar a jogar sem parar. O longa é a prova que fazer barulho na internet por insatisfação resolve!

Nath Sorrini

Produtora audiovisual e redatora. Potterhead da casa Lufa-Lufa, apaixonada por cinema e música, troca balada por uma boa maratona de séries. Se fosse uma personagem, seria a Amestista de Steven Universo.

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