‘O Pálido Olho Azul’ é um suspense muito interessante

Terceira parceria entre o diretor Scott Cooper e o astro Christian Bale, ‘O Pálido Olho Azul’ é um suspense bastante interessante. Com um belo roteiro, grande elenco, fotografia lindíssima e ótimos cenários, o filme que está em cartaz na Netflix tem tudo para ser um dos destaques positivos deste ano que se inicia.

No entanto, o final pouco convincente e um plot twist desnecessário colocam um filme num degrau abaixo. Porém, não chega a estragar a obra ou deixá-la fraca. Trata-se de um suspense interessante, mas com um desfecho que poderia ser um pouco mais bem trabalhado.

O Pálido Olho Azul

A trama

Em O Pálido Olho Azul, Augustus Landor (Bale) é um excelente detetive, porém em fim de carreira. Depois da morte da esposa e do sumiço da filha, ele praticamente se entregou a bebida e praticamente parou de investigar. No entanto, seu faro ainda é invejável e, portanto, é contratado para tentar desvendar um assassinato misterioso e brutal ocorrido em uma academia militar de Nova Iorque.

Para ajudá-lo na empreitada, o jovem cadete Edgar Allan Poe (Harry Melling) irá ajuda-lo secretamente, tentando obter informações internas, onde Landor não tem autoridade para realizar sua investigação.

Baseado em fatos reais?

A princípio, o espectador pode questionar se a história do filme é baseada em fatos reais. Afinal, Edgar Allan Poe é um dos nomes mais respeitados da literatura norte-americana e seus livros e poemas seguem influentes até os dias de hoje. Porém, trata-se de uma adaptação do livro homônimo de Louis Bayard. Autor que tem por hábito usar personagens reais em histórias de ficção. Semelhante ao que Alan Moore faz na HQ ‘As Aventuras da Liga Extraordinária’.

Mas, é importante ressaltar que nesta história Bayard usa algumas características conhecidas da personalidade e aparência física de Poe, sem contar que o personagem também frequentou de fato uma academia militar quando jovem.

O Pálido Olho Azul

A investigação

No entanto, o grande mérito do filme é a investigação do caso. Bale e Melling formam uma bela dupla tanto na atuação quanto no trabalho investigativo do filme. A maneira que vão descobrindo passo a passo cada novo detalhe em relação ao crime é muito bem pensada e elaborada com precisão. O roteiro bem amarrado ajuda nas ótimas atuações dos protagonistas, com cada um, a sua maneira lidando com suas dificuldades pessoais, bem como com aquelas que o caso apresenta.

E para ajudar no texto, ainda temos uma linda fotografia que destaca com primor o gélido inverno novaiorquino. Sem contar os belos cenários em que a produção foi filmada e grandes atores como Gillian Anderson, Toby Jones, Simon McBurney, Timothy Spall e um irreconhecível Robert Duvall; que dão um peso enorme ao filme.

Por fim, se o desfecho não é lá essas coisas, pelo menos o caminho percorrido até ele é grandioso e merece ser contemplado.

NOTA: 7

Trailer – O Pálido Olho Azul

Ficha técnica

Título original: The Pale Blue Eye
Direção e roteiro: Scott Cooper
Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Gillian Anderson, Lucy Boynton, Charlotte Gainsbourg, Toby Jones, Harry Lawtey, Simon McBurney, Hadley Robinson, Timothy Spall, Robert Duvall
Duração: 130 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: suspense, policial, drama
Onde assistir: Netflix
Ano: 2022
Classificação etária: 16 anos

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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