Logan | Crítica do Filme

Em determinado momento da coletiva de imprensa realizada neste domingo (19), o ator Hugh Jackman disse que esperava que os fãs dos X-Men saíssem do cinema dizendo que “finalmente fizeram um bom filme do Wolverine”. Infelizmente tenho que discordar do astro. Logan não é um bom filme do mutante da Marvel, ele é o melhor longa da franquia dos mutantes treinados por Charles Xavier e só não é um top 3 dos filmes de super-heróis porque ele não se enquadra nessa categoria. Ele é muito maior que isso. É um filmaço.

Sim, Logan justifica a censura dos 18 anos. Ele é violentíssimo, brutal e bem chocante. Com violência bem explícita, membros e cabeças decepadas a dar com pau que representam muito bem o que o Wolverine é nas HQs. Mas aqui ele não está no auge de sua forma física e mental. Nem ele, nem o Professor X, que sofre com demência e constantemente medicado para evitar que faça alguma bobagem com a sua mente ainda poderosa.

Ao contrário das super produções envolvendo os X-Men, Logan é um filme aparentemente barato. E isso só conta a favor. Sem grandes efeitos especiais ou mega explosões, o longa é uma mistura de road movie, com western e uma pitadinha do cinema pós-apocalíptico australiano.

Velho, alcoólatra e com o fator de cura bem baixo, Logan (Jackman) leva uma vida medíocre trabalhando como motorista de limusine em uma cidade americana que faz fronteira com o México. Estamos em 2029, os mutantes não existem mais e são lembrados apenas em velhas histórias em quadrinhos. Sua vida muda quando a pequena Laura (a ótima revelação Dafne Keen), uma mutante que conversa telepaticamente com o Charles Xavier (Patrick Stewart) aparece e um grupo de soldados vai caçá-la.

Em fuga, Xavier e Logan, começam a entender a pequena Laura e sua semelhança com Wolverine: as garras de adamantium e, principalmente, o pavio curto. Aos poucos, descobrem que tanto ela quanto outras crianças são frutos de uma experiência genética e que adquiriram poderes para serem usadas como super soldados. Sua única esperança é encontrar o Éden, uma espécie de paraíso dos mutantes que ainda vivem e que onde a menina, junto com os outros pequenos podem viver em segurança.

Com um roteiro muito bem escrito, ótimas atuações e uma direção muito segura, Logan é um filme que todo fã dos X-Men e, principalmente, do Wolverine mereciam. Um longa que honra a essência do personagem, que não cai no clichê barato e que em nenhum momento deixa a peteca cair. Grandioso e ao mesmo tempo melancólico, ele não ficará lembrado apenas como um filme super violento. Ele será lembrado como um filme digno, humano e que não depende apenas de infinitas cenas de ação ou efeitos especiais para encantar seu público. Ele tem vida, tem alma e, principalmente, tem coração.

Logan
Direção: James Mangold
Roteiro: David James Kelly
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen, Boyd Holbrook e Stephen Merchant.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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3 thoughts on “Logan | Crítica do Filme

  1. Mateus Baraldi 20/02/17 at 18:47

    Ótima crítica Fábio!
    Só me fez ficar com ainda mais vontade de ver esse filme…
    Um personagem tão querido, merecia um filme digno… pelos trailers e entrevistas que li, parece que o Hugh Jackman encontrou o coração do nosso Wolverine.
    Um abraço.

    Responder
    1. dimensaogeek 02/03/17 at 09:17

      É hoje, Mateus!!!!
      Obrigado pelos elogios. Espero que você goste do filme.
      Abração

      Responder
  2. Pantera Negra | Crítica do filme | Dimensão Geek 14/02/18 at 16:24

    […] como Logan, Pantera Negra é e ao mesmo tempo não é um “filme de super herói”. Não existe uma força […]

    Responder

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