Para o cineasta alemão Werner Herzog o futuro chegou e não é lá muito animador. No documentário “Lo and Behold, Reveries of the Connected World”, lançado esse ano e ainda sem título em português (mas que quer dizer algo como “Olhe e Veja, Devaneios do Mundo Conectado”), o diretor explora os avanços da robótica e discute a internet e as implicações de vivermos em um mundo onde tudo está interconectado.
Parte da programação do festival de Sundance, nos EUA, o filme foi apresentado com a seguinte sinopse:
“A sociedade depende da Internet para quase tudo, mas nós raramente recuamos e reconhecemos seus meandros intermináveis e onipotência inquietante. Da mente brilhante de Werner Herzog vem seu mais novo veículo exploratório, um lúdico, mas ainda assim arrepiante, exame de nossas interconectadas vidas online.
Herzog documenta entrevistas de estranhos e sedutores indivíduos – indo de pioneiros da Internet às vítimas de radiação sem fio – cujas histórias e reflexões tecem um retrato complexo do nosso admirável mundo novo. Herzog descreve a Internet como “uma das maiores revoluções que nós, como seres humanos, estamos experimentando”, e ainda assim mistura esse entusiasmo com histórias de horror de vítimas de assédio online e viciados em internet.
Por sua análise detalhada, o documentário também debate questões profundas e intangíveis relacionadas ao futuro da Internet. Será que vai sonhar, como os humanos, com sua própria existência? Descobrirá os fundamentos da moralidade ou entender o significado do amor? Ou irá em breve levar-nos – se já não o fez – mais ao mal que ao bem?”
Mal aí, Dave
Desde a aparição de HAL 9000 (Heuristically programmed ALgorithmic computer, ou Computador Algorítmico Heuristicamente Programado, em tradução livre) no clássico de ficção científica “2001: Uma Odisséia no Espaço” (1968), de Stanley Kubrick, até a robô de “Ex-Machina: Instinto Artificial” (2015), os avanços tecnológicos têm sido fonte de inspiração para artistas de várias área. Na maior parte das vezes, esses avanços são vistos de forma negativa. Assistir, no documentário, um autônomo capaz de autoajustar seus próprios membros, o que, em tese, o permite criar outros robôs, corrobora essa visão.
“I’m sorry Dave. I’m afraid I can’t do that”, responde HAL ao pedido do astronauta que deseja retornar à nave. Segundo Herzog, em breve, essa poderá ser a resposta de nossa torradeira.
“I´m sorry, Dave.”
Trailer 1
https://www.youtube.com/watch?v=HtEMD4JfVp4
Trailer 2
https://www.youtube.com/watch?v=TXyjgeM6CEQ