‘A Pequena Sereia’ vai agradar os nostálgicos e quem ainda não conhece a animação

Após todos os novos live actions da Disney acredito que a estratégia que tomei e que aliás recomendo a todos, é baixar bem a expectativa. Isso porque, assim, o filme pode acabar surpreendendo. O que foi o caso do novo ‘A Pequena Sereia’, onde saí contente da sala de cinema.

Nesse texto não pretendo fazer comparações com a animação clássica dos anos 1990. Afinal, um filme tem que se sustentar por conta própria, mesmo a história sendo igual a anterior, com todos os acertos e erros. Na nova versão, Ariel (Halle Bailey) é uma sereia que é fascinada pelo mundo da superfície, mas, é proibida de interagir com as pessoas por conta de seu pai o Rei Tritão (Javier Bardem). Ela acaba se apaixonando pelo Príncipe Eric (Jonah Hauer-King) e como qualquer adolescente, resolve fugir. Para isso, ela faz um trato com bruxa do mar Úrsula (Melissa McCarthy), que promete lhe conceder pernas em troca de sua voz. Assim, Ariel precisa conseguir o beijo do príncipe antes do pôr do sol do terceiro dia ou perderá a voz para Úrsula para sempre.

Crédito: Divulgação/Walt Disney Studios

Mundo imerso

A parte aquática é fraca. Não só em relação ao roteiro, mas também como  a parte gráfica que é um fator extremamente importante levando em consideração que praticamente metade do filme se passa debaixo d’água. Com exceção do trecho em que toca “Under the Sea” (Aqui no Mar) que é colorido e vibrante, o restante não acompanha.

Diferente de ‘O Rei Leão’ de 2019, os animais aqui não são problema. Por mais incrível que possa parecer, conseguiram colocar “expressões faciais” em um caranguejo, o Sebastião (Daveed Diggs), que assim como no clássico é uma espécie de alívio cômico e fio condutor da história em alguns momentos.

Melissa McCarthy encaixou como uma luva no papel de Úrsula. Ela equilibra a maldade e o humor, trazendo uma dose certa de sarcasmo e ironia para o papel. Dessa forma, ela transmite a malícia e a astúcia da bruxa do mar de uma forma envolvente, tornando-a uma personagem muito interessante de se observar.

A Pequena Sereia
Crédito: Divulgação/Walt Disney Studios

 Semelhanças

Por muitos momentos o filme me lembrou ‘Piratas do Caribe’. Não é para menos, afinal o diretor Rob Marshall dirigiu o quarto filme da franquia que, assim como este, aborda o tema das sereias. Além disso, também tem experiência com musicais, ele dirigiu ‘Chicago’ de 2002. Graças à colaboração com Lin-Manuel Miranda consegue trazer bons números musicais. Miranda, que é um grande fã do clássico, trouxe duas novas canções que me lembraram tanto na melodia, quanto na performance do musical ‘Hamilton’ que também é de autoria dele.

A Pequena Sereia
Crédito: Divulgação/Walt Disney Studios

Mundo emerso

Saindo da água, ou seja, da metade para o final, o filme melhora consideravelmente. Agora, focado mais na relação da Ariel com o Príncipe, os dois juntos têm uma química ótima e faz com que aquele arrasto da parte inicial desapareça para dar lugar para a um filme muito mais ágil e dinâmico. As atuações dos dois estão ótimas nesse momento.

Sim, o filme se apoia bastante na nostalgia daqueles que assistiram à animação original, afinal, os live actions da Disney têm esse propósito. No entanto, para as crianças de hoje que ainda não viram o clássico, este também é uma boa opção, pois apresenta uma história simples, porém envolvente, e pode despertar o interesse em assistir a versão anterior.

Trailer – A Pequena Sereia

Ficha Técnica

Título original: The Little Mermaid
Direção: Rob Marshall
Roteiro: David MageeHans, Christian Andersen, Ron Clements
Elenco: Halle Bailey, Jonah Hauer-King, Melissa McCarthy, Javier Bardem
Onde assistir: Somente nos cinemas
Data de estreia: 25 de abril de 2023
Duração: 120 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: aventura, fantasia, musical, romance
Ano: 2023
Classificação: livre

Andre Passero

Adoro conversar sobre filmes, tenho mais de 300 na coleção e faço críticas desde 2019.

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