Capitão América: Guerra Civil| Crítica do filme

Tirando o mote principal – Capitão América e Homem de Ferro divergem sobre o registro de heróis e se colocam em lados opostos – não existe nenhuma outra relação entre a HQ de Mark Millar e Steve McNiven com o filme de Anthony e Joe Russo. E isso, sinceramente, não tem a menor importância. Capitão América: Guerra Civil é um espetáculo maravilhoso e que marca de maneira brilhante o início da terceira fase do universo cinematográfico da Marvel.

Capitão América: Guerra Civil fica no meio termo entre uma continuação de Soldado Invernal e uma nova aventura dos Vingadores. Primeiro porque ele começa após os acontecimentos do segundo filme solo do capitão e segundo porque ele reúne uma quantia considerável de heróis que nos faz lembrar as duas aventuras do grupo criado pela S.H.I.E.L.D., sem ameaças alienígenas ou robôs com super inteligência artificial.

Outro fator importante em Capitão América: Guerra Civil é abrir o seu universo para a chegada de novos nomes, sendo o Pantera Negra o principal deles. Muita coisa acontece em Wakanda, a nação fictícia onde o herói governa e que será palco do filme solo do Pantera. Esse universo, aliás, deve ser bem expandido, principalmente com a chegada do Doutor Estranho e seu universo místico.

Mas voltando a Capitão América: Guerra Civil, o filme começa com uma ação dos novos Vingadores que acaba em tragédia, graças uma atitude infeliz da Feiticeira Escarlate. A ação da cena, aliás, é espetacular e mostra dentre outras coisas o duelo entre o capitão e um dos seus principais vilões: Ossos Cruzados. O desfecho acaba resultando na criação do Tratado de Sokóvia, que tem como objetivo limitar a ação de super heróis e, principalmente, controlar os Vingadores. O tratado ganha um aliado importante depois que Tony Stark é acusado pela mãe de uma das vítimas de Ultron na Batalha de Sokóvia e acaba desenvolvendo uma crise de consciência.

Paralelo a isso, temos outra diferença importante em relação aos quadrinhos da Guerra Civil. A introdução de um vilão nas telas que não existe na HQ homônima. O Barão Zimo, que acaba interferindo em diversos acontecimentos para que os ânimos fiquem cada vez mais acirrados em ambos os lados. Ele acaba tendo grande influência principalmente em relação ao embate entre Capitão América e Homem de Ferro.

Parece muita coisa acontecendo e que tudo ficará jogado e perdido, certo? Errado. Uma das grandes vantagens de Capitão América: Guerra Civil é que apesar de diversos heróis pulando na tela, diversas cenas de ação, várias sub tramas e introdução de novos personagens, nada disso atrapalha o arco principal. Ao contrário, eles servem para completar e amarrar a história de uma maneira que a Marvel faz maravilhosamente bem.

Claro que não podemos deixar de lado a chegada do Homem Aranha que, ao lado do Homem Formiga, rouba o filme com duas participações magistrais. Esqueça tudo o que a Sony já fez com o Cabeça de Teia. Dessa vez, temos um Peter Parker de verdade, com um senso de humor perfeito, habilidoso com as teias e que parte pra porrada sem dó e uma Tia May que vai conquistar corações. A cena dela com Tony Stark é sensacional (os mais velhos vão lembrar que os atores Marisa Tomei e Robert Downey Jr já formaram um par romântico em meados dos anos 90 em uma comedinha romântica horrível chamada Só Você). Já o Homem Formiga segue com a mesma pegada do filme solo e é um dos melhores alívios cômicos do longa. A apresentação da sua “nova versão” é magistral.

Enfim, Capitão América: Guerra Civil tem todas as qualidades que estamos acostumados a ver nas produções cinematográficas da Marvel. É um filme visualmente espetacular, exagerado em certas partes, com uma bela história, muito bem amarrada, protagonistas carismáticos, pontas espetaculares, cenas de ação de cair o queixo, um ritmo alucinante e com doses certeiras de humor. Ele é superior aos filmes dos Vingadores e um pouco inferior ao Soldado Invernal. Um dos melhores trabalhos dos heróis que peca apenas no tempo de duração, que é bem longo.

Ficha técnica
Capitão América: Guerra Civil
Diretores:
Anthony e Joe Russo
Produtor: Kevin Feige
Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Don Cheadle, Jeremy Renner, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Emily VanCamp, Frank Grillo, Martin Freeman, William Hurt e Daniel Brühl

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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2 thoughts on “Capitão América: Guerra Civil| Crítica do filme

  1. Homem-Formiga e a Vespa | Crítica do filme | Dimensão Geek 04/07/18 at 17:24

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