Poltergeist: Remake desnecessário

Remak e reboot são temas polêmicos no universo cinematográfico. Quando se trata de uma versão de um filme desconhecido, as reclamações são menores e a possibilidade de acerto são maiores. Agora quando se trata de um clássico, as coisas são mais difíceis porque é muito raro o novo filme se igualar ao material original e quase impossível de superá-lo. É o caso de Poltergeist, que estreia hoje nos cinemas brasileiros.

A história do filme é basicamente a mesma. Uma família tradicional formada pelo pai Eric Bowen (Sam Rockwell), a mãe Amy Bowen (Rosemarie DeWitt), a filha mais velha Kendra Bowen (Saxon Sharbino), o filho do meio Griffin Bowen (Kyle Catlett) e a filha mais nova Madison Bowen (Kennedi Clements) que mora no subúrbio de uma cidade nos Estados Unidos, tem sua casa assombrada por fenômenos paranormais. A caçula acaba sendo tragada pela casa pelos espíritos que lá habitam e os pais procuram uma equipe de parapsicólogos para limpar a casa e ajudar a trazer a menina do lugar desconhecido que ela se encontra.

Claro que os efeitos especiais do novo filme dão um banho no bom e velho Poltergeist. Mas isso e muito menos o desnecessário 3D não agregam muita coisa no remake. Falta alma, falta clima e, sobretudo, falta delicadeza. É um bom filme? Sim. Mas é realmente preciso fazer uma nova versão desse clássico do terror? Não.

Todos os elementos interessantes e bem dosados no longa original são elevados no novo Poltergeist. A cena do palhaço, uma das mais clássicas do gênero, aqui se torna banal porque usam e abusam desse recurso. Falta mão do diretor pra segurar a onda. O ponto positivo dessa nova versão é a atualização da história. Os filmes são contemporâneos com suas respectivas épocas. Em 1982, pouca tecnologia, em 2015 entram em ação smartphones, tablets e até um drone. E esses novos elementos são bem utilizados na história.

Outro fator positivo da nova versão é o senso de humor, que também está presente no longa original. O filme sabe dosar esses momentos com os de suspense e dá uma leveza boa na trama. Pena que faltou um pouco mais de ousadia, algo que não dá para entender, já que o produtor do remake é o Sam Raimi, um ótimo diretor, principalmente quando o assunto é terror.

Embora não seja lá grande coisa, o novo Poltergeist é um filme agradável, que dá para assistir (de preferência) confortavelmente no sofá da sala. E reascende o debate sobre remakes e reboots. É realmente necessário refilmar um clássico?

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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