Ghostbusters | Será que é uma boa ideia?

A estreia do trailer do novo Ghostbusters, para além de uma análise de sua qualidade, nos faz perguntar inicialmente se um retorno à franquia era necessário. Remakes e reboots  funcionam como uma solução simples para uma indústria que não quer assumir riscos? Ou será que não existem novas ideias?

Partindo do princípio de que é impossível adivinhar o comportamento do publico, podemos concluir que, na maioria das vezes, recorrer à sequências e refilmagens é uma aposta tão arriscada quanto a feita em um filme inédito. Ganha-se um pouco de publicidade e boca a boca gratuita, mas familiaridade não é exatamente fidelidade.

Talvez franquias bilionárias como Star Wars e Star Trek vivam uma realidade diferente, onde críticas ruins não afastam os fãs das salas. Mas esse não é o caso de Ghostbusters.

Num primeiro momento, a volta dos caçadores de fantasma parece uma grande ideia. Mas algumas decisões da produção parecem ousadas. A principal delas é ignorar a existência dos dois filmes anteriores, varrendo do universo o  Dr. Peter Venkman, o Dr. Raymond Stantz, o Dr. Egon Spengler e Winston Zeddmore.

A justificativa que o diretor Paul Feig deu para o Cinemablend é até razoável.

“Essa é uma franquia tão legal, com dois filmes legais, mas que não podia continuar. Existe tanta coisa que pode ser feita com ela. Apenas parece terrível deixá-la em uma caixa. Além disso existe algo excitante na ideia de trazer tudo isso para uma nova geração, mas dessa vez com uma história de origem. Eu sei que muitas pessoas se perguntm porque não fazemos uma sequência no lugar de um reboot. É que eu, pessoalmente, não gosto da ideia de a tecnologia seja simplesmente dada, passada adiante: “Ó, é assim que se faz”. Eu quero que isso seja desenvolvido!”, declarou.

A escolha de um elenco feminino, por outro lado, não causa preocupação. Kristen Wiig (Erin Gilbert), Melissa McCarthy (Abby Yates), Kate McKinnon (Jillian Holtzmann) e Leslie Jenkins (Patty Tolan) são mais do que capazes de carregar o filme. A ideia de Feig é que todas tenham a capacidade de entrar no negócio de fantasmas sozinhas, criando elas mesmas o equipamento necessário para executar a tarefa.

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A principal fonte de preocupação, já que abandonamos Venkman e cia., é a própria história. Em 1984, época do lançamento do primeiro filme, o mundo era muito diferente, muito mais lento. Para começo de conversa, não havia internet e computadores pessoais, como os conhecemos hoje, ainda eram um conceito em desenvolvimento.

A melhor maneira de exemplificar esse temor está em uma cena do filme Zombieland (2010) em que, na casa do ator Bill Murray, Columbus (Jesse Eisenberg) tenta convencer Little Rock (Abigail Breslin) de que Ghostbusters é um filme sensacional. A garota não fica impressionada, mas os “adultos” brincam com uma réplica da arma dos caça fantasmas.

Dessa maneira, o que preocupa não é o fato de ser um reboot ou de possuir um elenco feminino, mas a passagem do tempo, a impressão de que a trama não seja capaz de empolgar a platéia 30 anos depois. Se isso acontecer, “who you gonna call?

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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