Game of Thrones: S05E06 – Unbowed, Unbent, Unbroken

Se ainda restava dúvidas sobre a qualidade dessa temporada, ela se desfez com o excelente episódio Unbowed, Unbent, Unbroken, exibido ontem pela HBO, que teve cenas fortes em Winterfell, uma linda cena envolvendo Jorah Mormont e Tyrion Lannister, o começo da transformação de Arya na Casa do Preto e Branco, a tensão chegando de vez em Porto Real e a trama chegando de fato em Dorne.

Para quem não sabe o título do episódio, episódio Unbowed, Unbent, Unbroken, é o lema da casa Martell, governante de Dorne, onde a princesa Myrcella Baratheon está hospedada aguardando o seu casamento com o príncipe Trystane. E lá, onde nos livros de George R.R. Martin acontece uma história arrastada e que não leva a lugar algum na trama, pode se desenrolar algo que pode surpreender os leitores, já que a presença de Jaime na região só acontece na TV. A chegada dele e Bronn ao palácio do príncipe Doran e a luta contra as Serpentes de Areia e suas respectivas prisões podem desencadear uma série de eventos que podem respingar em Porto Real.

Por falar em Porto Real, como é bom e ruim ver Cersei triunfar perante seus inimigos. A rainha mãe consegue derrubá-los um a um independente do seu grau de importância. O problema é em como ela faz isso. Ao dar mais poder aos fanáticos religiosos, que prendem, julgam e condenam seguindo sua religião, ela arma uma arapuca para si mesmo por dois motivos. Primeiro: Se o Alto Pardal tem poder para mandar prender a rainha, ele pode fazer o mesmo ou até pior com a rainha mãe. Segundo: Cersei está longe de ser santa. Seus pecados são muito piores que o dos irmãos Tyrrel. Ela mente muito mais do que Margaery e se ela considera Loras depravado por ser homossexual, o que dizer dela mesmo, que tem três filhos com o irmão gêmeo? Aquele antigo ditado sobre quem tem telhado de vidro funciona muito bem aqui…

Apesar do clima pesado do episódio, Unbowed, Unbent, Unbroken teve um belo momento entre Jorah Mormont e Tyrion Lannister, com o urso descobrindo pelo anão que seu pai foi morto por alguns dos seus irmãos da Patrulha da Noite. Outra bela passagem foi ver Arya se desconstruindo, descobrindo como os Homens Sem Rosto se transforma, tendo que reconhecer que não odiava o Cão de Caça e, asism, deixando de ser aos poucos a pequena Stark e se tornando um dos membros do clã.

Mas o final voltou a ser impactante como em outros momentos da série, ao retratar o casamento de Sansa e Ramsey Bolton. E como é bom ver uma mudança na adaptação sendo superior ao material original dos livros. Parece que o autor não é muito fã da ruiva. Quem está lendo Game of Thrones sabe o quanto a história de Sansa é sem graça, com ela ainda no Ninho da Águia aprendendo o jogo dos tronos com o Mindinho. E o casamento em Winterfell é uma trapaça com a pobre Jeyne Poole se fazendo passar por Arya Stark.

E tudo bem que sabemos que Ramsay é um psicopata da pior espécie, mas a cena da sua “lua de mel” com Sansa Stark, presenciada por um Theon Greyjoy, é impressionante. É nítido que ele destruiu não só o corpo como a mente do herdeiro das Ilhas de Ferro. Isso explica a sua falta de atitude quando é obrigado pelo jovem Bolton a olhar para a Sansa enquanto tira sua virgindade estuprando-a. Uma cena chocante e tensa do início ao fim. Unbowed, Unbent, Unbroken é daqueles episódios tensos, que aumentam a pressão em Game of Thrones, nos deixa chocados e ansiosos para saber o que vem pela frente. E que venha o próximo.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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