Estreias: Sniper Americano e Um Santo Vizinho

Apenas duas estreias aquecem o final de semana do Oscar 2015. Uma delas, Sniper Americano, é polêmica e concorre ao grande prêmio da noite. A outra, Um Santo Vizinho, é uma deliciosa comédia dramática estrelada pelo veterano Bill Murray.

Indicado ao Oscar 2015 nas categorias “Melhor filme”, “Melhor ator”, “Melhor roteiro adaptado”, “Melhor edição”, “Melhor edição de som” e “Melhor mixagem de som”, o novo filme de Clint Eastwood estreia cercado de polêmica. Considerado um trabalho inferior do ótimo diretor americano, Sniper Americano conta a história de um atirador de elite, Chris Kyle, que segundo a sua autobiografia, matou mais de 220 inimigos. Logo se torna uma lenda conforme as histórias da sua coragem e as vidas que salvou vão se espalhando.

O problema do filme é justamente ser baseada numa biografia tão confiável quanto o milésimo gol de Túlio Maravilha. Assim como o atacante brasileiro, o sniper americano utilizou alguns dados em sua história que não são confirmados por fontes oficiais. O governo americano alega que Kyle abateu 160 inimigos, desmentiu que ele atirou em saqueadores do alto de um estádio em Nova Orleans, após o furacão Katrina destruir a cidade, não existe registro na polícia de que ele tenha matado os dois ladrões de carros que tentaram lhe assaltar e recentemente o ex-governador e ex-lutador Jesse Ventura ganhou milhões num processo, após provar que não apanhou do soldado após criticar a política americana. O trecho, inclusive foi retirado nas edições posteriores do livro. Além disso, o filme está sendo acusado de ser “republicano” demais e causou revolta na comunidade árabe por trata-los como terroristas e acirrar ainda mais os ânimos entre oriente e ocidente.

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Já a outra estreia da semana, Um Santo Vizinho, é uma deliciosa comédia dramática estrelada pelo grande humorista Bill Murray, que como é de praxe arrasa abusando do seu “mau humor crônico”. O filme recebeu duas indicações na última edição do Globo de Ouro (Melhor Ator de Musical ou Comédia e Melhor Filme Musical ou Comédia), mas saiu de mãos abanando.

O filme conta a história de Maggie (Melissa McCarthy), uma operadora de máquina de Raio X que acaba de se divorciar e se muda com o filho de 12 anos. O seu vizinho, St. Vincent De Van Nuys, é o pior exemplo que uma criança pode ter. Alcoólatra, jogador viciado, trambiqueiro e que vive as turras com o seu agiota e sua namorada prostituta, ele está longe de ser um exemplo para a criança. Mesmo assim, Maggie não tem outra alternativa a não ser procurar ajuda de Vincent para cuidar do seu filho quando fica presa várias vezes no seu trabalho. E claro que ele cobra por isso.

O filme tem lá seus vários clichês, principalmente as pausas dramáticas de Murray antes de soltar algum comentário irônico e todos aqueles envolvendo uma criança amorosa que se depara com um velho rabugento e acaba quebrando o coração de gelo do ranzinza. Mesmo assim é um filme divertido, engraçado, com toques dramáticos comoventes, principalmente quando envolvem a esposa de Vincent (internada em um asilo por causa do mal de Alzheimer)e a homenagem que ele recebe do seu pequeno pupilo. Com certeza uma boa pedida das estreias dessa semana.

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Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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