“The Long Night” entrega uma linda fotografia e uma batalha agridoce

No terceiro episódio da oitava de Game of Thrones enfim a tão aguardada batalha em Winterfell aconteceu. “The Long Night” é o capítulo mais longo da série e apesar das críticas sofridas com o combate em si, tivemos um capítulo bem interessante, com a redenção de alguns personagens, o “encerramento do ciclo” de um determinado objeto e uma belíssima fotografia, que prejudicada por uma transmissão falha da HBO que só pode ter sua beleza conferida em vídeo e TV de alta definição e em um ambiente totalmente escuro.

Exato. Foi preciso assistir The Long Night sem ser pela transmissão da HBO para apreciar o espetáculo como ele deveria ter sido. As lutas, embora não sejam tão violentas e tão impactantes como em outras batalhas (como a dos Bastardos e da Água Negra, por exemplo), são muito bem feitas e com ótimas cenas iluminadas pelo fogo das espadas dothrakis ou das estacas queimadas pelas mãos de Melisandre.

A Sacerdotisa Vermelha, por sinal, teve uma grande participação em The Long Night. Sua busca pelo Escolhido finalmente terminou. Infelizmente não foi com a reencarnação de Azor Ahai, não teve o sacrifício da amada e nem um longo duelo contra o Rei da Noite, mas sim com Arya Stark se consagrando como a grande guerreira que ela buscava ser desde quando era uma pequena criança em Winterfell, brincando com o arco e flecha de Bran, sob os olhares aprovadores de Ned e reprovadores de Catelyn Stark.

Se formos parar para pensar, parte da decepção vem das teorias criadas pelos fãs da série e não pelo que vimos no decorrer dos anos. Embora a ressurreição de Jon Snow pelas mãos de Melisandre dava a entender que ele seria a reencarnação de Azor Ahai, a lenda do guerreiro jamais foi citada a partir daí. Tão pouco informações de que o Rei da Noite teria sido um grande guerreiro e que seria necessário um embate entre os dois para que um saísse vencedor.

https://www.youtube.com/watch?v=_7RnSF8uKAM

Já em relação à Arya, vimos seu crescimento como guerreira desde o já citado primeiro episódio, como acompanhamos na primeira temporada seu treinamento com Syrio Forel, suas idas e vindas com  Irmandade Sem Bandeiras até a chegada em Braavos para seu novo treinamento (passando pelo seu primeiro encontro com Melisandre que ali já profetizava que a pequena Stark ia ‘fechar’ olhos castanhos, verdes e AZUIS). Então nada mais natural do que ela ser a guerreira que colocaria um ponto final na Longa Noite e ainda mais usando um artefato que intriga a série desde o primeiro ataque aos Starks: a adaga do Mindinho.

Foi justamente com essa adaga feita com aço valiriano que o lorde Petyr Baelish tramou para que Bran Satrk fosse assassinado após ter sido aleijado por Jaime Lannister. Mindinho tentou ainda culpar Tyrion pelo feito e depois de indas e vindas presenteou Bran com o artefato na sétima temporada, quando este já tinha se tornado o Corvo de Três Olhos. E este é outro sinal de que os produtores já viam Arya como aquela que mataria o rei da Noite. Pois graças ao dom que Bran adquiriu para ver o passado e o futuro, ele já sabia que a irmã caçula seria a pessoa que colocaria um fim à Longa Noite, justamente com a adaga de Baelish, que quase o matou.

Além da falta de violência explícita que saciam os fãs de Game of Thrones, The Long Night falhou em praticamente não matar nenhum personagem importante. Embora nomes queridos como Jorah Mormont e sua sobrinha Lyanna tenham caído nas graças do espectador e Theon tenha se redmido, eles não fazem parte do “primeiro escalão” de Game of Thrones e o público esperava algo surpreendente como a decapitação de Ned Stark ou as mortes do Casamento Vermelho. Outro erro foi a péssima utilização dos dragões e de Jon Snow. Tanto Rhaegal quanto Drogon tiveram participações insignificantes na batalha e até mesmo o Viserion zumbi foi mal aproveitado. Limitando a uma boa luta contra Rhaegal e uma perseguição a Snow.

Mas sinceramente foram pequenas falhas que não tiraram a beleza do episódio e foram recompensadas com outras cenas lindas como a linda fuga de Arya pelos corredores do castelo dos Starks, a conversa de Tyrion e Sansa na cripta, Jorah salvando Daenerys pela última vez, Lyanna matando um gigante zumbi, Theon se sacrificando por Bran , a despedida de Melissandre e, obviamente, Arya derrotando o Rei da Noite.

Restando apenas mais três episódios para o fim, não temos muito mais o que contar. Apenas acompanhar a nova reconstrução de Winterfell, a formação do novo exército de Daenerys e finalmente a luta em Porto Real e a tomada do Trono de Ferro.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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