Despedidas, intrigas, políticas, estratégias e profecias marcam “The Last of the Starks”

Como não poderia deixar de ser, “The Last of the Starks” é um episódio de preparação para os dois últimos capítulos de Game of Thrones. Lento, intrigante e mais focado nos diálogos do que em ação – afinal de contas o povo acabou de sair de uma batalha sangrenta – traz o que há de melhor na série, tão importante quanto as grandiosas cenas de ação: as intrigas, politicagens, traições e pistas para que diversas teorias sejam debatidas sobre o que acontecerá em seu tão aguardado final.

Logo no começo de “The Last of the Starks”, é perceptível que existe uma movimentação para que Jon Snow seja o próximo a se sentar no Trono de Ferro. Seja no discurso imponente feito por ele para que os mortos da Batalha de Winterfell jamais sejam esquecidos, seja pelos seus feitos narrados por Tormund nas comemorações pela vitória, onde o Terror dos Gigantes diz que tais atos são dignos apenas de um rei.

Ao perceber o poder e o tamanho de Snow, Daenerys começa a perceber que está cada vez mais distante do Trono de Ferro e cada mais próxima com o seu pai, Aerys II, o Rei Louco. Suas ações seguintes mostram que ela cada vez mais age impulsivamente do que racionalmente e que a fúria está tomando conta de sua personalidade. O desgaste no diálogo com o sobrinho-amante, onde ela pede que ele mantenha segredo sobre sua origem, a perda de Rahegol para as forças de Cersei e a perda de Missandei com a mensagem delicada para queimar tudo e todos em Porto Real, pode fazer com que a Nascida na Tormenta tenha o mesmo destino do pai, antes mesmo de subir ao trono.

Destino que foi debatido num belo diálogo entre Tyrion e Lorde Varys, com o Anão defendendo a ascensão de Daenerys ao trono, enquanto o Aranha já percebe que a Targaryen representa um perigo a Porto Real e acredita que Snow seja a melhor escolha para reinar em Westeros. O eunuco, assim como Mindinho, é um excelente observador e manipulador, sempre se colocando “ao lado do reino” e sabendo escolher a hora de manter ou trocar de lado. Essa estratégia sempre lhe garantiu sucesso, mas é sempre certo que uma hora a casa cai e o seu destino pode ser o mesmo de Petyr Baelish.

“The Last of the Starks” serviu também para mostrar como as suas principais personagens femininas se tornaram grandes estrategistas. Antes de começar a perder a razão, Daenerys consegue um importante aliado ao legitimar Gendry – o filho bastardo do Rei Robert – como um Baratheon, entregando ao ferreiro o comando de Ponta Tempestade. Sansa, ao saber a verdade da origem de Snow e prometendo-lhe segredo, espertamente entrega a informação para Tyrion, que leva a informação aos ouvidos de Varys. Ponto para a jovem Stark que conseguiu estremecer a relação de ambos com a Targaryen. E, claro, Cersei Lannister, mostrou que não está para brincadeira e que não entregará o Trono facilmente. Ao saber da vinda de Daenerys, ela ataca as forças inimigas enquanto elas caminhavam para Pedra do Dragão, elimina mais um “filho” da rival, destrói parte de sua frota e equipara as forças para o duelo final.

Ainda não está claro qual será o destino de Jaime Lannister ou até mesmo quem ele é. Se é o cavaleiro redimido que se apaixonou por Brienne e dormiu com a Cavaleira de Tarth, ou se é o sujeito que se auto intitula abominável como sua irmã gêmea? Ao abandonar Brienne e partir para Porto Real após saber dos últimos acontecimentos envolvendo Cersei, ele caminha para matar a amada irmã ou para ficar novamente ao lado dela?

O destino de Arya foi outro destaque de “The Last of the Starks”, com a jovem seguindo o plano que foi traçado por ela após a decapitação de Ned Stark: matar todos os envolvidos pela morte do seu pai. E é justamente Cersei o seu alvo. Ao partir com o Cão de Caça para Porto Real afirmando que, assim como Clegane, vai para não voltar mais fica a dúvida: será que ela matará Cersei e será assassinada na sequencia pelo Montanha? Será que esse será o motivo final da batalha entre os irmãos Clegane?

Em “The Last of the Starks” pudemos nos despedir do Povo Livre, que rumou para o “norte”, após cumprirem a missão, levando consigo dois personagens queridos da série: Tormund, que levou o fora da amada Brienne e Fantasma, deixado de lado por Snow porque o lobo “não se adaptaria” ao calor do sul.

Com muita coisa ainda acontecendo e muitos postulantes ao Trono de Ferro, fica difícil cravar quem reinará Westeros. Só resta torcer para que ele não seja tirano como Daenerys está provando ser ou limitado intelectualmente como Snow já provou diversas vezes que é.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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