A Piada Mortal|Crítica da animação

A Rede Cinemark em parceria com o site Omelete vai realizar hoje uma exibição única de A Piada Mortal, versão animada de um dos maiores clássicos das histórias em quadrinhos. A obra homônima, escrita por Alan Moore e com arte de Brian Bolland, mostra a fase mais psicótica do Coringa e é uma verdadeira obra-prima. Um dos melhores trabalhos do escritor inglês e uma das melhores histórias do Homem Morcego que, infelizmente, não foi bem adaptada para os cinemas.
O principal defeito da adaptação de A Piada Mortal é dar uma importância para a Batgirl que não existe na HQ. Pior, além de dar um certo protagonismo para a personagem em um prólogo totalmente desnecessário, o desenho tenta “justificar” o estupro que ela sofre como se isso fosse uma forma de atingir o Batman (nessa pequena abertura Bruce e a Barbara acabam transando) e para, de certo modo, saciar o desejo sexual do Coringa, que sempre procura  prostitutas depois de sua estadia no Asilo Arkham.

Na HQ, além do estupro de Bárbara/BatGirl ficar apenas subtendido para os leitores, o Coringa não faz isso para suprir suas necessidades sexuais (aliás, de onde tiraram essa idéia estúpida?) ou mesmo para atingir o Cavaleiro das Trevas. Seu motivo é um só: Fazer com que tanto o suposto estupro quanto o tiro que aleija a heroína seja mais uma arma para destruir mentalmente o Comissário Gordon.

Depois disso, de certa forma, a animação segue as páginas da obra de Moore, mostrando o plano do Coringa para provar a sua teoria de que qualquer pessoa é passível de ficar insana mediante um trauma muito forte. Do mesmo jeito que aconteceu com ele, segundo o flashback contado tanto na HQ quanto no desenho.

Além do texto brilhante de Moore, a arte de Bolland é fundamental para o brilhantismo de A Piada Mortal. Isso porque ele capta a loucura do Coringa de forma surpreendente com seus traços e dá vida às páginas da HQ de maneira preciosa. Suas ilustrações são maravilhosas e junto com o texto perfeito do quadrinista inglês transforma o quadrinho em uma obra de arte.

Para ser aceita por todos os públicos, A Piada Mortal ganhou uma versão animada bem suavizada, que, infelizmente, não capta todo o potencial da HQ. É um desenho totalmente dispensável que não se justifica. Serve apenas para ser mais uma fraca adaptação de uma obra de Alan Moore. Ah, e claro que ela termina com a famosa cena que causa discussão acirradíssima entre os leitores da obra. Mas se você quer saber se é revelado se o Batman mata ou não o Coringa, terá que ver o desenho até o fim.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

Learn More →

3 thoughts on “A Piada Mortal|Crítica da animação

  1. Guih Lemos 12/09/16 at 20:39

    Bruce Tim e Alan Moore já confirmaram que a Bárbara realmente não foi estuprada(Gloria a deus), nem na hq, nem na animação. Ao meu ver(e o do Tim também) ela está apenas agonizando de dor após levar um tiro, ser despida e ser largada sem nenhum socorro médico.

    Responder
    1. dimensaogeek 19/09/16 at 13:49

      Verdade, Guih. Acho que é isso mesmo.
      Abraços

      Responder
  2. dimensaogeek 22/09/16 at 13:31

    Realmente o que ela sofre nas mãos do Coringa é muito pesado… Aliás, não só ela, como o Gordon também. Pena que a animação deixou a desejar. Eu amo essa HQ 😀

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *