007 Contra Spectre| Crítica do Filme

Daniel Craig, o ator que interpreta pela quarta vez o agente secreto mais famoso do cinema, disse que está cansado de viver na pele de James Bond e que dificilmente voltaria para uma quinta vez. O seu cansaço e o tom de despedida ficam evidentes no fraquíssimo 007 Contra Spectre, que estreia nessa quinta-feira, 5 de novembro, em todo o país.

Além de Craig, que, vamos falar a verdade, sempre foi um Bond abaixo do esperado, outros problemas comprometem 007 Contra Spectre. Tudo parece feito no piloto automático. As cenas de ação são sonolentas, as perseguições de carro são cansativas, o brucutu monossilábico da vez (Sr. Hinx, interpretado por Dave Bautista – o Drax, o Destruidor, de Guardiões da Galáxia) tem zero de carisma e o vilão (Franz Oberhauser, vivido por Christoph Waltz) é tão caricato que beira o patético. Mas nada chega perto da mediocridade do roteiro que, infelizmente, não existe.

007 Contra Spectre é um filme sem história. Ponto final. É um longa que utiliza referências de outras produções do agente James Bond, faz uma retrospectiva dos vilões enfrentados por Craig em seus filmes anteriores (Cassino Royale, Quantum of Solace e Operação Skyfall) e até usa uma trama usada recentemente por Tom Cruise em Missão: Impossível 5 – Nação Secreta (que é bem melhor que a nova aventura de James Bond, diga-se de passagem), na qual o alto escalão do governo quer acabar com o seu programa secreto.

O começo do filme é promissor. A abertura se passa na Cidade do México, durante o Dia de Los Muertos, onde Bond passa as suas férias. Lá, ele assassina um inimigo que usava um anel misterioso com um polvo – símbolo da organização Spectre e que significa que ela está abraçando diversas esferas com seus tentáculos. Muito bem feita, a cena tem boa dose de ação e humor (algo raro nos filmes estrelados por Craig), mas logo após a abertura tradicional tudo vai por água abaixo.

em 007 Contra Spectre, James Bond se infiltra em uma reunião secreta da Spectre e acaba sendo descoberto pelo chefão Franz Oberhauser, que além de comandar a quadrilha, tem uma relação com o passado do agente secreto. Quanto mais ele descobre sobre Spectre, mais ele descobre sobre o seu passado e sua história com Oberhauser.Enquanto isso, o novo diretor do Centro de Segurança Nacional questiona as ações de Bond e põe em cheque a relevância do MI6.

Uma pena que nada funcione nessa despedida de Craig. O filme parece uma versão sem piadas de qualquer um dos longas da série Austin Powers e dá sinais que o agente James Bond está bem ultrapassado. Está na hora de arriscar para algo mais novo e se os boatos em relação ao nome de Idris Elba se confirmarem (estamos na torcida para que isso aconteça), talvez ainda dê tempo para revitalizar a franquia.

Fabio Martins

Santista de nascimento, flamenguista de coração e paulistano por opção. Fã de cinema, música, HQ, games e cultura pop.

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